Educador social e agente cultural, em “Do Hip Hop para o Rap”, Russo levanta discussões sobre gênero, sexualidade e redução de danos, assuntos com os quais lida diariamente nas oficinas e palestras que ministra. Na faixa “Mulher”, por exemplo, os temas em pauta são o machismo e a banalização sexual. A música tem as participações de Fernandinha e Lana Black, integrante do grupo Sobreviventes Aliados. Seu cotidiano – a realidade na qual está inserido – é outro objeto discutido com relevância pelo morador do bairro Morada da Serra (em Ibirité – região metropolitana de Belo Horizonte) em seu álbum de estréia. Sobre essa questão, destacam-se as faixas “De quem é a culpa?”, que fala sobre a desigualdade social brasileira, e “O que cai do céu a enxurrada leva”, sobre luta e valorização. Afinal de contas, nada é de graça. Caminhando para uma discussão mais subjetiva, ainda vale citar “Preso na neurose”, onde Russo coloca a mente humana como um inimigo invisível.
Além das músicas produzidas pelo próprio Russo, “Do Hip Hop para o Rap” tem produções assinadas por Enece Beats, DJ Spider e Eazy-CDA, que além de assumir, ao lado de Russo e da sua irmã (Flávia da Silva Paiva), os vocais na faixa “Tome cuidado”, foi o responsável pela mixagem e masterização do disco. Também participam da compilação os mestres de cerimônias Negão, do Kontrast (na faixa “A casinha da vovó”), Ed-Mun, do E² (na faixa “A tribo zulu”), e os grupos A Profecia (nas faixas “A Profecia”, “Zumbi do pântano” e “O que cai do céu a enxurrada leva”) e Dejavuh (nas faixas “Toda loucura tem seu preço” e “A cria”). O cantor Two Black e a atriz Rosa Negra completam as participações.
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