Estamos vivendo em plena decomposição geral de valores, em plena crise de instituições e de sistemas. Nada resiste à picareta demolidora dos tempos, e muito mais do que a crítica certeira e racional dos pensadores, fizeram, nos últimos anos, os próprios acontecimentos em sua eloquência grandiosa e brutal.
As guerras que arruinaram o mundo, arrasando cidades, devastando os campos, espalhando a miséria e a dor, desorganizando e corrompendo, foi a trágica manifestação de mais uma das crises agônicas da sociedade em que vivemos baseada no regime do choque de ambições e da exploração do homem pelo homem.
Por isso, o seu edifício estremece nas bases, desconjunta-se por todos os lados e ruirá ao fragor da hecatombe de uma nova e ainda mais horrível convulsão guerreira.
Milhões de criaturas passam fome ou vivem sujeitas ao regime de meia-ração, ao mesmo tempo que se limita a produção do que é necessário para alimentar e para vestir quem de tudo precisa, e isso para permitir aos abastados, que já vivem fartamente, maior acúmulo de riquezas por meio de suas manobras altistas.
Havendo multidões de necessitados por todo o mundo chega-se a deixar apodrecer, em esconderijos, mercadorias que poderiam beneficiar milhões de famintos. E isso por que? Para elevar os preços de tudo e permitir, dessa maneira criminosa, que os capita-listas aumentem ainda mais os capitais, que, assim, tudo conseguem dominar.
A produção não se faz para satisfazer às necessidades coletivas, isto é, de cada uma das criaturas humanas. Produz-se unicamente como, quanto e quando convém aos capitalistas.
Edgar leuenroth
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