quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CINEMA COMENTADO - INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA



FILME : Hércules 56
Semana dos quarenta anos do sequestro do embaixador americano, Charles Burke Elbrick, pelos camaradas da Ação Libertadora Nacional/ALN e da Dissidência da Guanabara, realizado em 6 de setembro de 1969. Esta ação bem sucedida salvou a vida de 15 prisioneiros políticos da ditadura militar, que foram trocados pelo embaixador.
DATA : 12 DE SETEMBRO DE 2009, SÁBADO
HORÁRIO : 16:00 h
LOCAL : INSTITUTO HELENA GRECO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
Rua Hermilo Alves, 290 - Ônibus 9103 / 9210 - Metrô Sta. Efigênia
COMENTÁRIOS : Tereza Angelo, ex-guerrilheira da Vanguarda Popular Revolucionária/VPR, que participou do sequestro do embaixador suíço, em dezembro de 1970, pelo qual foram trocados 70 (setenta) prisioneiros políticos, em janeiro de 1971.
Betinho Duarte, do Comitê Brasileiro pela Anistia-MG também participará desta sessão.
HOMENAGEM : Maria Augusta Carneiro Ribeiro
“No momento em que eu soube que estava na lista, me veio uma sensação de gratidão.”


Nascida em 1947, Maria Augusta Carneiro Ribeiro participou do grêmio estudantil antes de passar um ano nos Estados Unidos, em programa de intercâmbio. Em 1967, cursava a Escola Nacional de Direito e militava na DI-GB. No ano seguinte, foi presa no Congresso da UNE, em Ibiúna. Foi novamente detida em maio de 1969. Juntou-se ao grupo que seguiu do México para Cuba. Mais tarde passou por Chile, Itália, Argélia e Suécia, onde se graduou em Pedagogia pela Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Uppsala. Em 1979, com a anistia, regressou ao Brasil e participou da fundação do PT carioca. Trabalhou na Companhia Vale do Rio Doce, onde presidiu a entidade dos funcionários. Durante o governo Benedita da Silva, foi diretora da fundação Santa Cabrini, órgão da Secretaria de Justiça do Estado do Rio de Janeiro dedicado à recuperação e reintegração de detentos. Maria Augusta vive no Rio de Janeiro, onde é Ouvidora Geral da Petrobras.


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O Filme Hércules 56 propõe reavaliação da luta armada no Brasil a partir do seqüestro do embaixador americano em 1969
HÉRCULES 56 é um documentário de longa metragem sobre a luta armada contra o regime militar, focado no seqüestro do embaixador Charles Burke Elbrick, ocorrido na Semana da Independência de 1969. Em troca do diplomata foi exigida a divulgação de uma manifesto revolucionário e a libertação de quinze presos políticos, representantes à época de todas as tendências políticas que combatiam a ditadura. Banidos do território nacional e com a nacionalidade cassada, eles foram conduzidos ao México no avião da FAB Hércules 56. (...)
O momento do seqüestro

Às vésperas da Semana da Pátria de 1969, o Brasil vivia uma situação política peculiar. O marechal Costa e Silva havia sido afastado da presidência da República, em conseqüência de uma isquemia sofrida em 29 de agosto. Os ministros militares Aurélio de Lyra Tavares, Augusto Rademaker e Márcio de Sousa Melo baixaram o Ato Institucional N° 12, determinando que assumiriam eles o cargo vago, no lugar do vice-presidente Pedro Aleixo, que foi submetido a uma prisão domiciliar.

Nessa conjuntura, a Dissidência Universitária da Guanabara (DI-GB) adotou o nome MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e colocou em prática, juntamente com a ALN (Ação Libertadora Nacional), um plano de seqüestro do embaixador Charles Elbrick, visando à libertação de presos políticos e a divulgação de um manifesto revolucionário.

As Forças Armadas, já divididas quanto à sucessão de Costa e Silva, foram pressionadas pelos Estados Unidos a preservar a vida do diplomata. Nas semanas seguintes, foram instituídas a pena de morte e a prisão perpétua em tempo de paz, endurecida a Lei de Segurança Nacional e editada a Emenda Constitucional Nº 1, que tornava ainda mais discricionária a Constituição imposta ao país em 1967. (...)
PERSONAGENS (na foto acima ) - Os presos libertados em troca do embaixador Elbrick No Dia da Independência de 1969, os jornais de todo o país estamparam, na primeira página, a fotografia de 13 presos políticos em frente ao Hércules 56 da FAB. Em pé, apareciam Luís Travassos, José Dirceu de Oliveira, José Ibrahin, Onofre Pinto, Ricardo Vilas Boas, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, Ricardo Zarattini e Rolando Frati. Agachados, estavam João Leonardo Rocha, Agonalto Pacheco, Vladimir Palmeira, Ivens Marchetti e Flávio Tavares. Não aparecem na foto Gregório Bezerra e Mario Zanconato, embarcados em Recife e Belém, a caminho do México.
Dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador Elbrick, seis já faleceram. Os nove remanescentes do grupo (em azul, acima) são os personagens principais de HÉRCULES 56.

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