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terça-feira, 6 de abril de 2010
sábado, 27 de março de 2010
RADIODIFUSÃO BRASILEIRA; HERANÇA DA DITADURA

A legislação que regulamenta as concessões de rádio e televisão, vigentes há vinte e dois anos, atribuem ao presidente da República um poder absoluto. A outorga de concessões independe de pareceres técnicos ou qualquer outro de avaliação relevante: é uma decisão pessoal da Presidência. No governo do general Figueiredo esse arbítrio foi levado ao extremo: foi feito mais de 700 concessões de rádio e televisão, o que representa mais de 1/3 do total das emissoras existentes desde o surgimento da radiodifusão no Brasil. Somente no período que vai do início do governo Figueiredo até maio de 1984 (cerca de dez meses antes do final do mandato) "foram outorgadas 295 rádios AM, 299 FMs e 40 emissoras de televisão. O que corresponde, a 23,5, a 56,3 e a 27,3% do total das emissoras existentes no país" 65• Boa parte dessas concessões foi outorgada por motivos políticos e a empresários parlamentares ligados ao governo.
Estreando no Ministério das Comunicações um estilo que marcou suas passagens por governos e órgãos públicos, Antônio Carlos Magalhães iniciou muito cedo uma luta implacável contra seus adversários políticos. Num lance tão ousado quanto demagógico, Magalhães começou sua gestão acusando o ex-presidente Figueiredo de ter desrespeitado procedimentos técnicos do Ministério das Comunicações na outorga de concessões de rádio e televisão. Essas concessões foram outorgadas principalmente a políticos malufistas e amigos pessoais do general Figueiredo. Para enfrentar o problema, Magalhães suspendeu todas as concessões realizadas desde outubro de 1984 e criou, para revisá-las, uma comissão coordenada pelo comprometido secretário geral, Rômulo Vilar Furtado.
O anúncio da revisão dessas concessões fez com que a imprensa divulgasse, em alguns poucos dias, uma avalanche de informações sobre favorecimentos, Perseguições, apadrinhamentos, chantagens, pressões e todo tipo de venalidade e corrupção. Vejamos uma amostra desses relatos. (...)
Minas Gerais
“O apadrinhamento político foi decisivo em Minas Gerais nas últimas concessões para TV e rádio assinada pelo ex-ministro Haroldo Correa de Mattos (Governo Figueiredo)”. O critério trouxe à baila a antiga rivalidade política fica entre Biase Andradas, em Barbacena, da qual se beneficiou o chefe de jornalismo da TV Globo em Nova Iorque, Hélio Costa, apoiado pela segunda corrente, e que ganhou a FM de Barbacena, a ABC Rádio e Televisão. “Não acredito que o Governo, em época de Nova República, vã preocupar-se com coisa pequena”. Mas, se for retroagir, terá de voltar um pouco mais no tempo e, então, o ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, terá de punir a si próprio -declarou ontem (22/3/85) o deputado estadual Samir Tannus (PDS), malufista, que confessou ter 'prestado ajuda política para resolver problemas' em favor de empresários amigos seus em Ituiutaba(Triângulo Mineiro), onde é majoritário. "Os empresários amigos de Samir Tannus, proprietários da Sociedade Rádio Cancela de Ituiutaba, venceram a concorrência da 17V Ituiutaba que terá penetração em todo o Triângulo Mineiro, norte de São Paulo, partes de Goiás e Mato Grosso do Sul, fazendo repetição da TV Manchete. O deputado informou que os vencedores já assinaram o contrato no Dentel e estão procedendo a compra dos equipamentos. "-Não acredito que a revisão se faça com base em critérios políticos, que seria o critério da perseguição -disse Samir Tannus, que garantiu não participar da sociedade que ganhou a concessão da 17 v Ituiutaba. 'Venceram os que
convenceram tecnicamente o Governo e que apresentavam as melhores condições',concluiu.“O atual presidente do PDS em Minas, deputado Cyro Maciel, com muitanaturalidade, admitiu que sua atuação fosse decisiva na concessão da OM Piranga,para a Rádio Difusora de Piranga”. 'Eu encaminhei o processo:Emprestei o meu prestígio', disse o deputado, ao revelar que os vencedores daconcessão de Piranga, sua cidade natal, são pessoas amigas suas. 'A meu ver,porém, venceu o edital, entre os dois concorrentes, a melhor proposta', completou,assinalando que 'não deve prevalecer critério político na revisão das concessões’.“Em Barbacena, o jornalista Hélio Costa há uns sete anos pede concessão para umarádio FM”. Desta vez, apenas a Rádio Barbacena OM, dos Bias,concorreu com o jornalista. Com Crispim Jacques Bias Fortes sendo beneficiadopelo Acordo de Minas, ganhando a pasta da Secretaria de Estado de SegurançaPública e tendo entrado para o PFL, os Andrada, através do deputado federalBonifácio Andrada (ex-vice-líder do PDS), donos da Rádio Correio da Serra,resolveram 'apadrinhar' Hélio Costa.
Estreando no Ministério das Comunicações um estilo que marcou suas passagens por governos e órgãos públicos, Antônio Carlos Magalhães iniciou muito cedo uma luta implacável contra seus adversários políticos. Num lance tão ousado quanto demagógico, Magalhães começou sua gestão acusando o ex-presidente Figueiredo de ter desrespeitado procedimentos técnicos do Ministério das Comunicações na outorga de concessões de rádio e televisão. Essas concessões foram outorgadas principalmente a políticos malufistas e amigos pessoais do general Figueiredo. Para enfrentar o problema, Magalhães suspendeu todas as concessões realizadas desde outubro de 1984 e criou, para revisá-las, uma comissão coordenada pelo comprometido secretário geral, Rômulo Vilar Furtado.
O anúncio da revisão dessas concessões fez com que a imprensa divulgasse, em alguns poucos dias, uma avalanche de informações sobre favorecimentos, Perseguições, apadrinhamentos, chantagens, pressões e todo tipo de venalidade e corrupção. Vejamos uma amostra desses relatos. (...)
Minas Gerais
“O apadrinhamento político foi decisivo em Minas Gerais nas últimas concessões para TV e rádio assinada pelo ex-ministro Haroldo Correa de Mattos (Governo Figueiredo)”. O critério trouxe à baila a antiga rivalidade política fica entre Biase Andradas, em Barbacena, da qual se beneficiou o chefe de jornalismo da TV Globo em Nova Iorque, Hélio Costa, apoiado pela segunda corrente, e que ganhou a FM de Barbacena, a ABC Rádio e Televisão. “Não acredito que o Governo, em época de Nova República, vã preocupar-se com coisa pequena”. Mas, se for retroagir, terá de voltar um pouco mais no tempo e, então, o ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, terá de punir a si próprio -declarou ontem (22/3/85) o deputado estadual Samir Tannus (PDS), malufista, que confessou ter 'prestado ajuda política para resolver problemas' em favor de empresários amigos seus em Ituiutaba(Triângulo Mineiro), onde é majoritário. "Os empresários amigos de Samir Tannus, proprietários da Sociedade Rádio Cancela de Ituiutaba, venceram a concorrência da 17V Ituiutaba que terá penetração em todo o Triângulo Mineiro, norte de São Paulo, partes de Goiás e Mato Grosso do Sul, fazendo repetição da TV Manchete. O deputado informou que os vencedores já assinaram o contrato no Dentel e estão procedendo a compra dos equipamentos. "-Não acredito que a revisão se faça com base em critérios políticos, que seria o critério da perseguição -disse Samir Tannus, que garantiu não participar da sociedade que ganhou a concessão da 17 v Ituiutaba. 'Venceram os que
convenceram tecnicamente o Governo e que apresentavam as melhores condições',concluiu.“O atual presidente do PDS em Minas, deputado Cyro Maciel, com muitanaturalidade, admitiu que sua atuação fosse decisiva na concessão da OM Piranga,para a Rádio Difusora de Piranga”. 'Eu encaminhei o processo:Emprestei o meu prestígio', disse o deputado, ao revelar que os vencedores daconcessão de Piranga, sua cidade natal, são pessoas amigas suas. 'A meu ver,porém, venceu o edital, entre os dois concorrentes, a melhor proposta', completou,assinalando que 'não deve prevalecer critério político na revisão das concessões’.“Em Barbacena, o jornalista Hélio Costa há uns sete anos pede concessão para umarádio FM”. Desta vez, apenas a Rádio Barbacena OM, dos Bias,concorreu com o jornalista. Com Crispim Jacques Bias Fortes sendo beneficiadopelo Acordo de Minas, ganhando a pasta da Secretaria de Estado de SegurançaPública e tendo entrado para o PFL, os Andrada, através do deputado federalBonifácio Andrada (ex-vice-líder do PDS), donos da Rádio Correio da Serra,resolveram 'apadrinhar' Hélio Costa.
“Eu não sei se o critério político funcionou”. Mas acho que o critério político devepesar, mesmo que seja contra mim -disse Bias Fortes."O maior peso político, porém, para beneficiar um concorrente, verificou-se em Juiz de Fora, na disputa pela 17 v Juiz de Fora-TV Tiradentes. Entre os sócio-vencedores estão:
1) o deputado federal José Carlos Raposo Fagundes Neto (PDS), representadopelo ex-deputado e ex-secretário Fernando Fagundes Neto; 2)o deputado estadualFernando Junqueira (PDS); 3) o ex-prefeito Fernando Antônio Meio Reis (PDS),nomeado pelo ministro Murilo Badaró para diretor da Açominas. Todos políticos deJuiz de Fora, que tiveram, ainda, o apoio, junto ao Dentei de Minas, do deputadoFernando Rainho (PDS), votado na mesma cidade.“A minha participação foi de apoio político”. Não figuro na sociedade comoproprietária. Eu e Meio Reis, como ex-prefeito, emprestamos o nosso prestígiopolítico, solicitando a concessão para esse grupo, que entendemos ser o mais gabaritado para operar a televisão -declarou Fernando Rainho, acrescentando quea concessão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 15 de janeiro, coincidindocom a reunião do colégio eleitoral que elegeu Tancredo Neves presidente."Um assessor do atual prefeito de Juiz de Fora, Tarcísio Delgado (PMDB), informouque Meio Reis, Fernando Rainho e José Carlos Fagundes Neto, há mais tempo,foram os fundadores da 17 v Rádio Nova Cidade, repetidora da TVE". 70. (...)
NOTA DE RODAPÉ: 63 A Victory, apoiada pelo secretário geral do Ministério das Comunicações, Rômulo Villar Furtado, está encabeçando uma campanha pela privatização dos serviços de telecomunicações, em particular os prestados pela Embratel. 'A tendência presente em alguns segmentos do Ministério das Comunicações. Em defesa da privatização da Embratel, não é uma novidade, de acordo com os engenheiros Jorge Bittare Paulo Eduardo Gonics (respectivamente diretor da Federação Nacional dos Engenheiros e presidente da Associação dos Empregados da Embratel). Segundo eles, o secretário geral Rômulo Villar Furtado, que ocupa este cargo há 13 anos, já propunha publicamente a privatização em 1984. Durante seminário patrocinado pela revista Telebrasil, do sistema Telebrás. "Mas a corrente privatizante acaba de ser fortalecida nesta virada do ano (de 1986 para 1987), quando a Embratel de última hora, incluiu o seguinte item em sua publicação interna, sob o título Missão e Políticas" 87: “Admitir, em casos específicos, a participação de organizações (públicas e privadas) com atividades”.64 Senhor. Dinamite contra da Rede Globo... op. cit. p. 38.65 FOLHA DE SÃO PAULO. Figueiredo fez 634 concessões de rádio e TV. São Paulo. l4mar. 1985 p.4. 66 Ibidem. 67 Ibidem. 68 Ibidem.69 Ibidem70 Ibidem.
Retirado do livro : A Historia Secreta da Rede Globo “Sim eu sou o poder” de Daniel Heiz
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quinta-feira, 25 de março de 2010
Entrevista de Marcola do PCC


Pra quem acredita que os "chefes do tráfico" são todos ignorantes, leiam isso...
Estamos todos no inferno. Não há solução, pois não conhecemos nem o problema
'Você é do PCC?"
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível... vocês nunca me olharam durante décadas... E antigamente era mole resolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias... A solução é que nunca vinha... Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas... Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo... Nós somos o início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...
Mas... a solução seria...
- - Solução? Não há mais solução, cara... A própria idéia de "solução" já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tirania esclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios...) E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução.
Você não têm medo de morrer?
Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... mas eu posso mandar matar vocês lá fora.... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba... Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala... Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha... Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera um nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.
O que mudou nas periferias?
Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório... Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no "microondas"... ha, ha... Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.
Mas o que devemos fazer?
Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí...Pra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo.... Já pensou? Ipanema radioativa?
Mas... não haveria solução?
Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a "normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... na boa... na moral... Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês... não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogna speranza voi che entrate!" Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.
Jornal: O GLOBO - 23/05/2006
Editoria: Segundo Caderno
Edição: 1 Página:
Coluna: Arnaldo Jabor
sábado, 19 de dezembro de 2009
PRIMEIRO MUNDO



É uma farsa, é mentira, é engano,
País de primeiro mundo não existe.
Não é que não queremos,
Mas a tecnologia não cobre as vidas sofridas.
O mundo ainda convive com a fome, com a guerra,
Com o preconceito,
Com a miséria,
Ainda convivemos com a agressão ecológica.
A tecnologia não cobre os danos terrestres e vegetais.
Por isso, digo e repito:
Tecnologia computadorizada e medicinal,
Tecnologia industrial, especial,
Tecnologia nuclear atômica
Cuidado!
Pode ser uma bomba.
Por isso, digo e repito:
A tecnologia não cobre as vidas,
Esquecidas, e destruídas.
Darlen Gonçalves de Almeida
NORMOSE

Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada segundo a
qual tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz deve ser
considerado normal e servir de guia para o comportamento de todas as outras
pessoas.
Fatos e descobertas recentes sobre as origens do sofrimento e das doenças e
também sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica questionam
seriamente a usualidade de certas "normas" ditadas pela sociedade e seus
consensos.
Muitas normas sociais, atuais ou passadas, levam ou levaram a sofrimento - moral
ou físico - indivíduos, grupos, coletividades inteiras e até mesmo espécies
vivas.
Resolvemos adotar o termo de "Normose", para designar esta forma de
comportamento visto como normal mas que na realidade é anormal. O termo foi
forjado na França por Jea Yves Leloup.
A Normose é o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de
pensar ou de agir aprovados por um consenso ou pela maioria de uma determinada
população e que levam a sofrimentos, doenças ou mortes, em outras palavras, que
são patogênicas ou letais, e são executados sem que suas vítimas tenham
consciência desta natureza patológica, isto é, são de natureza inconsciente.
Pierre Weil
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
UMA ENTREVISTA COM USUÁRIOS DA TÁTICA BLACK BLOCK


Identificam-se como Thomas, Andreas e Ralph, e foram usuários da estratégia Black Block, que lutou contra a polícia e o Estado em Gênova, os quais garantem que Carlo Giuliani também era adepto desta tática. Por motivos de segurança, não deixam que tirem fotografias suas, porque advertem que a repressão está generalizada. Os três usuários do Black Block explicam os objetivos dos métodos que utilizam, e valorizam as experiências de Gênova.
P: De onde surgiu o nome Black Block? Podemos falar de uma organização ou é um movimento autônomo?
BB: É verdade que o Block se originou de uma experiência ocorrida na Alemanha, nos anos 80, quando uma boa parte da esquerda radical autônoma alemã se vestia desta forma... de preto, e levavam capuzes e máscaras pretas para os enfrentamentos com a polícia. Era o desejo de participar de uma cultura política, ou talvez uma subcultura. Nunca existiu o Black Block como organização. Ali convergiram pessoas de diversos países que se uniram com a idéia de atacar a Zona Vermelha como repúdio à globalização do capitalismo e ao próprio capitalismo.
P: O verdadeiro debate está sendo transferido para o âmbito da violência/não-violência. Ele está sendo desvirtuado?
BB: É importante ver que é uma maneira de dividir a luta: alguns grupos antiglobalização partem da premissa que houve infiltração policial, e não querem admitir que existe gente disposta a este tipo de luta contra a globalização. É provável que o fundamento deste debate seja que nós queremos DESTRUIR o sistema capitalista por completo, e muitos dos grupos que fazem estas críticas não queiram mais do que reformas. É certo que há uma polêmica sobre a discussão em tomo da ação direta "roubar a cena" dos debates sobre globalização, mas em Gênova houve um contracongresso e a mídia não mencionou nada sobre isso, tal e qual fazem habitualmente. Só através da ação direta podemos romper com o bloqueio da mídia. Fica claro para nós que a questão principal é lutar para convencer as consciências, para criar várias consciências anticapitalistas. Portanto, qual é o resultado da ação direta? As classes dominantes já não sabem nem onde fazer a sua próxima cúpula, e vão ter que ir até as Montanhas Rochosas do Canadá. A classe dominante tem que se esconder da população e está sendo, por fim, "dominada". No fim das contas, tem que se esconder num lugar isolado do mundo porque sempre haverá manifestações.
EXPLICAÇÃO DA MOTIVAÇÃO
DO BLOCO NEGRO / ANARQUISTA
(...)
Primeiramente, sou um anarquista, e este texto foi escrito porque boa parte do posicionamento anarquista sobre táticas de enfrentamento de rua precisa ser explicada, principalmente após o assassinato do bravo combatente de rua Carlo Giuliani.
Ninguém deveria nutrir a expectativa de que uma transformação radical é um processo fácil e cômodo. Muitas pessoas estão furiosas, e perplexas diante dos acontecimentos em Gênova. Este artigo tem a intenção de ajudar a transformar parte dessa raiva e perplexidade em algo construtivo.
Uma vez que o movimento anarquista é um movimento antiautoritário constituído por livres pensadores, eu, é claro, somente falo por mim mesmo, mas acredito que muitos pensam a mesma coisa.
GÊNOVA
Não se trata simplesmente de uma defesa dogmática do Black Block de Gênova. O Black Block cometeu erros, estou certo disso, e existem controvérsias sobre como o Black Block pode eliminar seus problemas, porém ainda acredito no Black Block e na sua tática por muitos e bons motivos, que são:
(...)
3. Acredito que exibir pessoas revidando os ataques das forças de segurança não é sempre negativo ou leve as pessoas a se afastarem. Ao contrário da leve abordagem não-confrontacional de muitos outros ativistas, creio que a única maneira de manter a credibilidade é ser tão confrontacional quanto for apropriado em relação ao nosso opo-nente (nesse caso os líderes do G-8).
A confrontação efetiva, não a simbólica, é o que REALMENTE demonstra que estamos falando sério, e atrai mais pessoas ao movimento (diferentemente de contra-encontros, manifestos, passeatas etc., embora tudo isso também desempenhe um papel muito importante).
4. Acho que esse movimento foi assim tão longe por causa da sua diversidade. Os grupos aos quais apontei discordâncias com relação a certos aspectos, ainda os considero bem-vindos ao movimento, ainda quero cooperar e chegar a um entendimento para não interferir nas suas atividades (uma demonstração de respeito que muitos anarquistas não recebem de volta).
(...)
CONFRONTAÇÃO
O debate sobre o uso da força ou da não-violência deveria ser realmente descartado. No seu lugar seria muito mais útil debater qual seria a melhor tática confrontacional em determinada situação. Não é nem o enfrentamento de rua nem a não-violência que atrai as pessoas para o movimento, e sim o nível de confrontação.
Pegue Seattle como exemplo ilustrativo. Lá ocorreram principalmente ações não-violentas, e a maior parte das ações nãoviolentas foram centrais para o sucesso do bloqueio. A efetividade do bloqueio por sua vez demonstrou a confrontação aos nossos opressores que precisávamos para darmos o pontapé inicial do movimento. Após Seattle as pessoas foram atraídas para o movimento devido à efetiva obstrução da OMC, e não porque manifestantes pacíficos foram espancados, como alguns gostam de achar.
Quando se olha todos os eventos antiglobalização pode-se observar que todos eles têm em comum uma fórmula simples: eles são bem-sucedidos porque não são uma simples manifestação, mas sim uma confrontação ativa.
Agora observe como as táticas se desdobraram, de Seattle a Praga, de Melbourne a Quebec. Em todas essas manifestações a não-violência e o enfrentamento de rua foram efetivos no fomento de uma estimulante confrontação.
Porém, cada vez mais, o papel dos ativistas comprometidos com a não-violência em alcançar uma confrontação com aqueles que nos opomos tem diminuído, em favor do modelo de "protesto carnaval" que é, em uma escala de confrontação, na melhor das hipóteses apenas uma resistência simbólica.
São os anarquistas e o Black Block em particular, e cada vez mais grupos como o Ya Basta, que têm feito as táticas se manterem vigorosas e relevantes, por planejarem um modo de desafiar as cidades cercadas que agora são usadas pelos que estão no poder para proteger seus encontros.
MAS A VIOLÊNCIA É UM PROBLEMA
Não descarto os comentários feitos por pessoas que discordam do uso da violência. Na verdade eu encorajaria um diálogo entre as diferentes tendências um diálogo que, quem sabe, levaria à concepção de táticas melhores.
Um exemplo da interação de táticas de que necessitamos entre essas tendências seria a estratégia de separar as diferentes tendências (enfrentamento de rua/não-violência) em setores próprios, de modo' que as pessoas pudessem escolher como querem se envolver. Reconhecidamente esta estratégia às vezes falha, já que ela não leva em conta o fato de que a polícia nem sempre respeita a diferença, mas esse é o tipo de coisa sobre a qual devemos refletir e aperfeiçoar.
PARE A VIOLÊNCIA SENDO EFICAZ
A questão mais importante que precisa ser levada em conta diz respeito aos próprios ativistas comprometidos com a não-violência. Desde Seattle eles não têm conseguido, a maioria das vezes, criar novas táticas de ação direta não-violenta que mantivessem a confrontação entre nós e nossos opressores e adaptá-las ao modo de organização dos encontros.
Esses ativistas comprometidos com a ação direta não-violenta precisam imediatamente abandonar o modelo de bloqueio, e descartar a fórmula festa de rua/passeata como sua única reação, na medida que ambos são inefetivos para impedir esses encontros.
Em Gênova, os que estavam preparados para o enfrentamento de rua receberiam muito bem táticas não-violentas praticáveis para se entrar na zona vermelha e impedir a reunião do G-8.
Em retribuição às táticas não-violentas novas e efetivas, creio que o Black Block se absteria de usar a força enquanto essas táticas ainda funcionassem. Mas, como todos sabem, os que estão comprometidos com a ação direta não-violenta não aparecem com esses planos, eles se contentam com uma resistência simbólica, algo que sempre será intolerável para os que demandam uma transformação radical.
O QUE GANDHI TERIA FEITO?
Pense no que Gandhi teria feito. Teria ele sentado do lado de fora do portão de uma conferência, ou marchado em torno do centro de conferência, sabendo que isso não impediria nada, ou teria ele (talvez) escalado a cerca, ou feito outra coisa qualquer (isto é, encorajar uma greve geral)?
Eu pessoalmente, e muitos outros, não agüentamos assistir às pessoas serem passivamente espancadas, e nos defenderemos se atacados, mas respeitaremos os outros com suas próprias táticas. Se os teóricos da ação direta não-violenta aparecessem com alguma coisa eficaz, então eles receberiam o nosso apoio.
“A NÃO VIOLÊNCIA NOS ENSINA...”
Um dos problemas de fóruns como o Indymedia é a interminável retórica ostentada como argumento que aparece neles, tais como "violência gera violência" etc. etc. Essas pessoas precisam ser menos elitistas, descer do seu pedestal e perceber que as pessoas que lutam nas ruas refletiram sobre todas essas questões também, e simplesmente discordam.
Portanto, se queremos uma mudança de tática, se queremos acabar com o enfrentamento de rua, será preciso aparecermos com uma alternativa que continue a ser confrontacional. Uma das piores coisas do movimento, atualmente, é o modo como as pessoas se contentam em culpar os outros pelos erros no dia, esquivando-se assim da sua própria responsabilidade de se adaptar às diversas situações.
UM APELO
Por fim, eu gostaria de fazer um apelo àqueles que se engajam em enfrentamentos de rua e igualmente àqueles que acreditam na ação não-violenta:
1. Devemos permanecer unidos. Separados somos a insípida força isolada que o Estado e o capital têm manipulado continuamente durante a maior parte dos últimos cinqüenta anos. Cada facção precisa evitar ativamente uma cisão, influenciando os integrantes dentro de cada uma a não criarem uma divisão com base em interpretações dogmáticas de uma ideologia.
2. Nós, que agimos com uso da força e não-violentamente, precisamos trabalhar juntos para pensarmos como iremos confrontar nossos opressores durante o planejamento da nossa opressão, com o objetivo de impedir/paralisar não-violentamente, idealmente e primeiramente, mas com o uso da força se necessário.
3. Precisamos alargar nossas ações, em quantidade de participantes e em estratégia, incluindo ações que não sejam antiencontros. A transformação radical muito dificilmente virá apenas paralisando essas reuniões (mas é um bom começo).
Podemos ganhar, estamos ganhando... solidariedade! (...)
James Anon
26/07/2001
P: De onde surgiu o nome Black Block? Podemos falar de uma organização ou é um movimento autônomo?
BB: É verdade que o Block se originou de uma experiência ocorrida na Alemanha, nos anos 80, quando uma boa parte da esquerda radical autônoma alemã se vestia desta forma... de preto, e levavam capuzes e máscaras pretas para os enfrentamentos com a polícia. Era o desejo de participar de uma cultura política, ou talvez uma subcultura. Nunca existiu o Black Block como organização. Ali convergiram pessoas de diversos países que se uniram com a idéia de atacar a Zona Vermelha como repúdio à globalização do capitalismo e ao próprio capitalismo.
P: O verdadeiro debate está sendo transferido para o âmbito da violência/não-violência. Ele está sendo desvirtuado?
BB: É importante ver que é uma maneira de dividir a luta: alguns grupos antiglobalização partem da premissa que houve infiltração policial, e não querem admitir que existe gente disposta a este tipo de luta contra a globalização. É provável que o fundamento deste debate seja que nós queremos DESTRUIR o sistema capitalista por completo, e muitos dos grupos que fazem estas críticas não queiram mais do que reformas. É certo que há uma polêmica sobre a discussão em tomo da ação direta "roubar a cena" dos debates sobre globalização, mas em Gênova houve um contracongresso e a mídia não mencionou nada sobre isso, tal e qual fazem habitualmente. Só através da ação direta podemos romper com o bloqueio da mídia. Fica claro para nós que a questão principal é lutar para convencer as consciências, para criar várias consciências anticapitalistas. Portanto, qual é o resultado da ação direta? As classes dominantes já não sabem nem onde fazer a sua próxima cúpula, e vão ter que ir até as Montanhas Rochosas do Canadá. A classe dominante tem que se esconder da população e está sendo, por fim, "dominada". No fim das contas, tem que se esconder num lugar isolado do mundo porque sempre haverá manifestações.
EXPLICAÇÃO DA MOTIVAÇÃO
DO BLOCO NEGRO / ANARQUISTA
(...)
Primeiramente, sou um anarquista, e este texto foi escrito porque boa parte do posicionamento anarquista sobre táticas de enfrentamento de rua precisa ser explicada, principalmente após o assassinato do bravo combatente de rua Carlo Giuliani.
Ninguém deveria nutrir a expectativa de que uma transformação radical é um processo fácil e cômodo. Muitas pessoas estão furiosas, e perplexas diante dos acontecimentos em Gênova. Este artigo tem a intenção de ajudar a transformar parte dessa raiva e perplexidade em algo construtivo.
Uma vez que o movimento anarquista é um movimento antiautoritário constituído por livres pensadores, eu, é claro, somente falo por mim mesmo, mas acredito que muitos pensam a mesma coisa.
GÊNOVA
Não se trata simplesmente de uma defesa dogmática do Black Block de Gênova. O Black Block cometeu erros, estou certo disso, e existem controvérsias sobre como o Black Block pode eliminar seus problemas, porém ainda acredito no Black Block e na sua tática por muitos e bons motivos, que são:
(...)
3. Acredito que exibir pessoas revidando os ataques das forças de segurança não é sempre negativo ou leve as pessoas a se afastarem. Ao contrário da leve abordagem não-confrontacional de muitos outros ativistas, creio que a única maneira de manter a credibilidade é ser tão confrontacional quanto for apropriado em relação ao nosso opo-nente (nesse caso os líderes do G-8).
A confrontação efetiva, não a simbólica, é o que REALMENTE demonstra que estamos falando sério, e atrai mais pessoas ao movimento (diferentemente de contra-encontros, manifestos, passeatas etc., embora tudo isso também desempenhe um papel muito importante).
4. Acho que esse movimento foi assim tão longe por causa da sua diversidade. Os grupos aos quais apontei discordâncias com relação a certos aspectos, ainda os considero bem-vindos ao movimento, ainda quero cooperar e chegar a um entendimento para não interferir nas suas atividades (uma demonstração de respeito que muitos anarquistas não recebem de volta).
(...)
CONFRONTAÇÃO
O debate sobre o uso da força ou da não-violência deveria ser realmente descartado. No seu lugar seria muito mais útil debater qual seria a melhor tática confrontacional em determinada situação. Não é nem o enfrentamento de rua nem a não-violência que atrai as pessoas para o movimento, e sim o nível de confrontação.
Pegue Seattle como exemplo ilustrativo. Lá ocorreram principalmente ações não-violentas, e a maior parte das ações nãoviolentas foram centrais para o sucesso do bloqueio. A efetividade do bloqueio por sua vez demonstrou a confrontação aos nossos opressores que precisávamos para darmos o pontapé inicial do movimento. Após Seattle as pessoas foram atraídas para o movimento devido à efetiva obstrução da OMC, e não porque manifestantes pacíficos foram espancados, como alguns gostam de achar.
Quando se olha todos os eventos antiglobalização pode-se observar que todos eles têm em comum uma fórmula simples: eles são bem-sucedidos porque não são uma simples manifestação, mas sim uma confrontação ativa.
Agora observe como as táticas se desdobraram, de Seattle a Praga, de Melbourne a Quebec. Em todas essas manifestações a não-violência e o enfrentamento de rua foram efetivos no fomento de uma estimulante confrontação.
Porém, cada vez mais, o papel dos ativistas comprometidos com a não-violência em alcançar uma confrontação com aqueles que nos opomos tem diminuído, em favor do modelo de "protesto carnaval" que é, em uma escala de confrontação, na melhor das hipóteses apenas uma resistência simbólica.
São os anarquistas e o Black Block em particular, e cada vez mais grupos como o Ya Basta, que têm feito as táticas se manterem vigorosas e relevantes, por planejarem um modo de desafiar as cidades cercadas que agora são usadas pelos que estão no poder para proteger seus encontros.
MAS A VIOLÊNCIA É UM PROBLEMA
Não descarto os comentários feitos por pessoas que discordam do uso da violência. Na verdade eu encorajaria um diálogo entre as diferentes tendências um diálogo que, quem sabe, levaria à concepção de táticas melhores.
Um exemplo da interação de táticas de que necessitamos entre essas tendências seria a estratégia de separar as diferentes tendências (enfrentamento de rua/não-violência) em setores próprios, de modo' que as pessoas pudessem escolher como querem se envolver. Reconhecidamente esta estratégia às vezes falha, já que ela não leva em conta o fato de que a polícia nem sempre respeita a diferença, mas esse é o tipo de coisa sobre a qual devemos refletir e aperfeiçoar.
PARE A VIOLÊNCIA SENDO EFICAZ
A questão mais importante que precisa ser levada em conta diz respeito aos próprios ativistas comprometidos com a não-violência. Desde Seattle eles não têm conseguido, a maioria das vezes, criar novas táticas de ação direta não-violenta que mantivessem a confrontação entre nós e nossos opressores e adaptá-las ao modo de organização dos encontros.
Esses ativistas comprometidos com a ação direta não-violenta precisam imediatamente abandonar o modelo de bloqueio, e descartar a fórmula festa de rua/passeata como sua única reação, na medida que ambos são inefetivos para impedir esses encontros.
Em Gênova, os que estavam preparados para o enfrentamento de rua receberiam muito bem táticas não-violentas praticáveis para se entrar na zona vermelha e impedir a reunião do G-8.
Em retribuição às táticas não-violentas novas e efetivas, creio que o Black Block se absteria de usar a força enquanto essas táticas ainda funcionassem. Mas, como todos sabem, os que estão comprometidos com a ação direta não-violenta não aparecem com esses planos, eles se contentam com uma resistência simbólica, algo que sempre será intolerável para os que demandam uma transformação radical.
O QUE GANDHI TERIA FEITO?
Pense no que Gandhi teria feito. Teria ele sentado do lado de fora do portão de uma conferência, ou marchado em torno do centro de conferência, sabendo que isso não impediria nada, ou teria ele (talvez) escalado a cerca, ou feito outra coisa qualquer (isto é, encorajar uma greve geral)?
Eu pessoalmente, e muitos outros, não agüentamos assistir às pessoas serem passivamente espancadas, e nos defenderemos se atacados, mas respeitaremos os outros com suas próprias táticas. Se os teóricos da ação direta não-violenta aparecessem com alguma coisa eficaz, então eles receberiam o nosso apoio.
“A NÃO VIOLÊNCIA NOS ENSINA...”
Um dos problemas de fóruns como o Indymedia é a interminável retórica ostentada como argumento que aparece neles, tais como "violência gera violência" etc. etc. Essas pessoas precisam ser menos elitistas, descer do seu pedestal e perceber que as pessoas que lutam nas ruas refletiram sobre todas essas questões também, e simplesmente discordam.
Portanto, se queremos uma mudança de tática, se queremos acabar com o enfrentamento de rua, será preciso aparecermos com uma alternativa que continue a ser confrontacional. Uma das piores coisas do movimento, atualmente, é o modo como as pessoas se contentam em culpar os outros pelos erros no dia, esquivando-se assim da sua própria responsabilidade de se adaptar às diversas situações.
UM APELO
Por fim, eu gostaria de fazer um apelo àqueles que se engajam em enfrentamentos de rua e igualmente àqueles que acreditam na ação não-violenta:
1. Devemos permanecer unidos. Separados somos a insípida força isolada que o Estado e o capital têm manipulado continuamente durante a maior parte dos últimos cinqüenta anos. Cada facção precisa evitar ativamente uma cisão, influenciando os integrantes dentro de cada uma a não criarem uma divisão com base em interpretações dogmáticas de uma ideologia.
2. Nós, que agimos com uso da força e não-violentamente, precisamos trabalhar juntos para pensarmos como iremos confrontar nossos opressores durante o planejamento da nossa opressão, com o objetivo de impedir/paralisar não-violentamente, idealmente e primeiramente, mas com o uso da força se necessário.
3. Precisamos alargar nossas ações, em quantidade de participantes e em estratégia, incluindo ações que não sejam antiencontros. A transformação radical muito dificilmente virá apenas paralisando essas reuniões (mas é um bom começo).
Podemos ganhar, estamos ganhando... solidariedade! (...)
James Anon
26/07/2001
DENÚNCIA ...
O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) ofereceu hoje denúncia à Justiça Federal contra o ex-governador de São Paulo, deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), e o senador Romeu Tuma (PTB-SP) por ocultação de cadáveres durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Além dos dois parlamentares, foram denunciados em duas ações civis públicas o ex-prefeito da capital paulista Miguel Colasuonno, o médico legista e ex-chefe do necrotério do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo Harry Shibata, e o ex-diretor do Serviço Funerário Municipal Fábio Pereira Bueno.
O MPF-SP requer na Justiça que os cinco percam suas funções públicas e o direito à aposentadoria, bem como sejam condenados a reparar danos morais coletivos, mediante indenização de, no mínimo, 10% do patrimônio pessoal de cada um. Por se tratar de ações civis públicas, a iniciativa não ameaça os mandatos de Tuma e Maluf, protegidos pela Constituição Federal. A procuradora responsável pelo caso, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, propôs que as indenizações sejam revertidas em medidas que preservem a memória das vítimas da ditadura.
Nas ações entregues à Justiça, o MPF-SP afirma que desaparecidos políticos foram sepultados nos cemitérios de Perus e Vila Formosa, na capital paulista, de forma "ilegal" e "clandestina", com a participação do IML e da Prefeitura de São Paulo. Segundo a procuradora, ambos contribuíram para que as ossadas permanecessem sem identificação em valas comuns dos cemitérios e atestaram falsos motivos de morte a vítimas de tortura.
De acordo com a denúncia, o legista Harry Shibata teria ocultado os reais motivos dos óbitos de inúmeros militantes políticos, como, por exemplo, do jornalista Vladimir Herzog.
O MPF-SP aponta que Paulo Maluf, quando era prefeito, ordenou a construção do cemitério de Perus. De acordo com as ações, algumas valas do recinto tinham quadras marcadas específicas para receber a ossada de "terroristas". Os documentos entregues à Justiça apontam ainda que o projeto original do cemitério previa um crematório, mas a Prefeitura desistiu após a empresa contratada ter estranhado o plano, que não previa um hall para orações. De acordo com o MPF-SP, o governo municipal chegou a fazer sugestões buscando mudar a legislação para dispensar a autorização da família para realizar procedimento, o que possibilitaria que indigentes fossem cremados.
As denúncias salientam ainda a participação nas operações de agentes do Departamento Estadual de Ordem Política e Social, o Deops, órgão estadual de repressão que teve como chefe o atual senador Romeu Tuma. Segundo o MPF-SP, há documentos que comprovam a ocorrência de interrogatórios "sob tortura" na instituição e que demonstram que Tuma tinha conhecimento das várias mortes ocorridas sob a tutela de policiais do Deops, mas não as comunicou aos familiares dos mortos.
As ações civis públicas oferecidas hoje pelo MPF não são as primeiras que procuram responsabilizar o Estado pela ocultação da ossada de perseguidos políticos. No Distrito Federal tramita ação, com atuação do MPF-DF e do MPF-PA, para identificar guerrilheiros e moradores da região do Araguaia, mortos na ofensiva do governo para exterminar a guerrilha na década de 1970. No Rio Grande do Sul, o MPF pediu a abertura de inquérito para que sejam apuradas as reais circunstâncias da morte do presidente João Goulart, na Argentina, em 1976.
"Depois de 39 anos, abordar de forma leviana um assunto dessa natureza é no mínimo uma acusação ridícula", disse Maluf, em nota. A reportagem procurou Tuma, mas o senador estava em voo. Segundo sua assessoria, Tuma ainda não recebeu informações sobre a denúncia.
_______
"Como bem define Marilena Chauí (1994a, p. 340), o termo ética advém do sentido grego de ethos: “caráter, índole natural, temperamento”. A ação ética ancora-se, pois, na intencionalidade da ação, na relação da consciência para consigo mesma, na integridade do ser humano frente a seus semelhantes. O sujeito moral é, por definição, aquele capaz de distinguir entre o bem e o mal; e, portanto, capaz de se desviar do caminho prescrito, capaz de decidir, de escolher, de deliberar – pelo reconhecimento da fronteira entre o justo e o injusto. A confluência entre o tema da ética e a matéria educativa se coloca justamente nessa intersecção entre a autonomia da vontade e a possível formação pedagógica que a habilita."1
1 BOTO, Carlota. Ética e educação clássica: virtude e felicidade no justo meio. Educ. Soc. [online]. 2001, vol. 22, no. 76, p. 121-146. ISSN 0101-7330.
O MPF-SP requer na Justiça que os cinco percam suas funções públicas e o direito à aposentadoria, bem como sejam condenados a reparar danos morais coletivos, mediante indenização de, no mínimo, 10% do patrimônio pessoal de cada um. Por se tratar de ações civis públicas, a iniciativa não ameaça os mandatos de Tuma e Maluf, protegidos pela Constituição Federal. A procuradora responsável pelo caso, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, propôs que as indenizações sejam revertidas em medidas que preservem a memória das vítimas da ditadura.
Nas ações entregues à Justiça, o MPF-SP afirma que desaparecidos políticos foram sepultados nos cemitérios de Perus e Vila Formosa, na capital paulista, de forma "ilegal" e "clandestina", com a participação do IML e da Prefeitura de São Paulo. Segundo a procuradora, ambos contribuíram para que as ossadas permanecessem sem identificação em valas comuns dos cemitérios e atestaram falsos motivos de morte a vítimas de tortura.
De acordo com a denúncia, o legista Harry Shibata teria ocultado os reais motivos dos óbitos de inúmeros militantes políticos, como, por exemplo, do jornalista Vladimir Herzog.
O MPF-SP aponta que Paulo Maluf, quando era prefeito, ordenou a construção do cemitério de Perus. De acordo com as ações, algumas valas do recinto tinham quadras marcadas específicas para receber a ossada de "terroristas". Os documentos entregues à Justiça apontam ainda que o projeto original do cemitério previa um crematório, mas a Prefeitura desistiu após a empresa contratada ter estranhado o plano, que não previa um hall para orações. De acordo com o MPF-SP, o governo municipal chegou a fazer sugestões buscando mudar a legislação para dispensar a autorização da família para realizar procedimento, o que possibilitaria que indigentes fossem cremados.
As denúncias salientam ainda a participação nas operações de agentes do Departamento Estadual de Ordem Política e Social, o Deops, órgão estadual de repressão que teve como chefe o atual senador Romeu Tuma. Segundo o MPF-SP, há documentos que comprovam a ocorrência de interrogatórios "sob tortura" na instituição e que demonstram que Tuma tinha conhecimento das várias mortes ocorridas sob a tutela de policiais do Deops, mas não as comunicou aos familiares dos mortos.
As ações civis públicas oferecidas hoje pelo MPF não são as primeiras que procuram responsabilizar o Estado pela ocultação da ossada de perseguidos políticos. No Distrito Federal tramita ação, com atuação do MPF-DF e do MPF-PA, para identificar guerrilheiros e moradores da região do Araguaia, mortos na ofensiva do governo para exterminar a guerrilha na década de 1970. No Rio Grande do Sul, o MPF pediu a abertura de inquérito para que sejam apuradas as reais circunstâncias da morte do presidente João Goulart, na Argentina, em 1976.
"Depois de 39 anos, abordar de forma leviana um assunto dessa natureza é no mínimo uma acusação ridícula", disse Maluf, em nota. A reportagem procurou Tuma, mas o senador estava em voo. Segundo sua assessoria, Tuma ainda não recebeu informações sobre a denúncia.
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"Como bem define Marilena Chauí (1994a, p. 340), o termo ética advém do sentido grego de ethos: “caráter, índole natural, temperamento”. A ação ética ancora-se, pois, na intencionalidade da ação, na relação da consciência para consigo mesma, na integridade do ser humano frente a seus semelhantes. O sujeito moral é, por definição, aquele capaz de distinguir entre o bem e o mal; e, portanto, capaz de se desviar do caminho prescrito, capaz de decidir, de escolher, de deliberar – pelo reconhecimento da fronteira entre o justo e o injusto. A confluência entre o tema da ética e a matéria educativa se coloca justamente nessa intersecção entre a autonomia da vontade e a possível formação pedagógica que a habilita."1
1 BOTO, Carlota. Ética e educação clássica: virtude e felicidade no justo meio. Educ. Soc. [online]. 2001, vol. 22, no. 76, p. 121-146. ISSN 0101-7330.
A GREVE GERAL

Umanità Nova, n.º 132
7 de junho de 1922
A “greve geral” é, sem nenhuma dúvida, uma arma poderosa nas mãos do proletariado; ela é ou pode ser um modo e a ocasião de desencadear uma revolução social radical.
Entretanto, eu me pergunto se a idéia da greve geral não fez mais mal do que bem à causa da revolução!
Na realidade, creio que no passado o mal levou a melhor sobre o bem, e hoje poderia ser o contrário, ou seja, a greve geral poderia ser um meio eficaz de transformação social, mas sob a condição de compreendê-la e de utilizá-la de uma forma diferente daquela praticada pelos seus antigos partidários.
Nos primeiros momentos do movimento socialista, e em particular na Itália, durante a 1.ª Internacional, quando a lembrança das lutas dos mazzinianos ainda estava bem recente e uma grande parte dos homens que haviam combatido pela “Itália” nas fileiras do exército de Garibaldi ainda vivia, desiludida e indignada pelo massacre que os monarquistas e os capitalistas perpetravam contra a “pátria”, estava perfeitamente claro que o regime defendido pelas baionetas só podia ser derrubado se se convencesse uma parte dos soldados a defender o povo e a derrotar, pela luta armada, as forças da polícia e os soldados que tivessem permanecido fiéis à disciplina.
É por esta razão que se conspirava, quer dizer, que se fazia uma propaganda ativa entre os soldados, procurava armar-se, preparavam-se planos de ação militar.
A bem da verdade, os resultados eram pequenos porque éramos pouco numerosos, porque os objetivos sociais pelos quais se queria fazer a revolução eram desconhecidos e rejeitados pelo conjunto da população; porque, em suma, “os tempos não estavam maduros”.
Mas a vontade de preparar a insurreição existia e ela encontrava pouco a pouco o meio de realizá-la; a propaganda começava a tocar mais pessoas e a dar seus frutos; “os tempos amadureciam”, o que em parte era devido à ação direta dos revolucionários e ainda mais à evolução econômica que, aguçando o conflito entre os trabalhadores e os patrões, desenvolvia a consciência deste conflito, do qual os revolucionários tiravam partido.
As esperanças colocadas na revolução social aumentavam, e parecia certo que através das lutas, das perseguições, das tentativas mais ou menos “inconsideradas” e infelizes, as paradas e as retomadas de atividade febril, chegar-se-ia, em um tempo bastante breve, a desencadear a explosão final e vitoriosa que deveria abater o regime político e econômico em vigor e abrir a via a uma evolução mais livre ruma a novas formas de vida em comum, fundada sobre a liberdade de todos, sobre a justiça para todos, sobre a fraternidade e a solidariedade para todos.
* * *
Mas o marxismo veio frear através de seus dogmas e de seu fatalismo o ímpeto voluntarista da juventude socialista (na época os anarquistas também se chamavam socialistas).
E infelizmente, com suas aparências científicas (estava-se em plena embriaguez cientificista), o marxismo ludibriou, atraiu e desviou a maioria dos anarquistas.
Os marxistas puseram-se a dizer que “a revolução não se faz, ela surge”; diziam que o socialismo viria necessariamente seguindo “o curso natural e fatal das coisas” e que o fator político (a força, a violência posta ao serviço dos interesses econômicos) não tinha nenhuma importância, e o fator econômico determinava a vida social por completo. E, assim, a preparação da insurreição foi deixada de lado e praticamente abandonada.
Eu gostaria de observar que se os marxistas desprezavam toda luta política quando se tratava de uma luta que tendia à insurreição, eles decidiram repentinamente que a política era o principal meio, e quase o único, para fazer triunfar o socialismo, tão logo eles entreviram a possibilidade de entrar para o Parlamento e dar à luta política o sentido restritivo de luta eleitoral. E se aplicaram, assim, a apagar nas massas todo entusiasmo pela ação insurrecional.
Foi então que, diante deste estado de coisas e deste estado de espírito geral que a idéia da greve geral foi lançada e acolhida com entusiasmo por aqueles que não tinham confiança na ação parlamentar e que viam na greve geral uma via nova e promissora que se abria à ação popular.
Todavia, por infelicidade, a maioria não via na greve geral um meio para levar as massas à insurreição, isto é, a abater o poder político pela violência e a tomar posse da terra, dos meios de produção de toda a riqueza social. Para eles, a greve geral substituía a insurreição; viam nela um meio para “tornar faminta a burguesia” e faze-la capitular sem combater.
E como é fatal que o cômico e o grotesco estejam sempre juntos, até mesmo nas coisas mais sérias, houve quem empreendesse a busca de ervas e de “pílulas” capazes de sustentar indefinidamente o corpo humano sem que seja necessário alimentar-se; e isso, a fim de assinalá-las aos trabalhadores e coloca-los em condições de esperar, em um jejum pacífico, que os burgueses viessem apresentar suas desculpas e pedir perdão.
Eis porque eu estimo que a idéia da greve geral fez mal à revolução.
Mas espero e acredito que esta ilusão – fazer capitular a burguesia, tornando-a faminta – desapareceu completamente; e se ela permaneceu, os fascistas se encarregaram de dissipá-la.
A greve geral de protesto, para apoiar reivindicações de ordem econômica e política compatíveis com o regime, pode ser útil se é feita em momento propício, quando o governo e os patrões acham oportuno ceder de uma só vez, por medo do pior. Mas não se deve esquecer que é preciso comer todos os dias e que, se a resistência se prolonga, ainda que por poucos dias, é preciso curvar-se ignominiosamente sob o jugo dos patrões, ou então se insurgir... Mesmo que o governo ou as forças especiais da burguesia não tomem a iniciativa da violência.
Conclui-se daí que se faz uma greve geral, seja para resolver definitivamente o problema, ou com objetivos transitórios, deve-se estar decidido e preparado a resolver a questão pela força.
7 de junho de 1922
A “greve geral” é, sem nenhuma dúvida, uma arma poderosa nas mãos do proletariado; ela é ou pode ser um modo e a ocasião de desencadear uma revolução social radical.
Entretanto, eu me pergunto se a idéia da greve geral não fez mais mal do que bem à causa da revolução!
Na realidade, creio que no passado o mal levou a melhor sobre o bem, e hoje poderia ser o contrário, ou seja, a greve geral poderia ser um meio eficaz de transformação social, mas sob a condição de compreendê-la e de utilizá-la de uma forma diferente daquela praticada pelos seus antigos partidários.
Nos primeiros momentos do movimento socialista, e em particular na Itália, durante a 1.ª Internacional, quando a lembrança das lutas dos mazzinianos ainda estava bem recente e uma grande parte dos homens que haviam combatido pela “Itália” nas fileiras do exército de Garibaldi ainda vivia, desiludida e indignada pelo massacre que os monarquistas e os capitalistas perpetravam contra a “pátria”, estava perfeitamente claro que o regime defendido pelas baionetas só podia ser derrubado se se convencesse uma parte dos soldados a defender o povo e a derrotar, pela luta armada, as forças da polícia e os soldados que tivessem permanecido fiéis à disciplina.
É por esta razão que se conspirava, quer dizer, que se fazia uma propaganda ativa entre os soldados, procurava armar-se, preparavam-se planos de ação militar.
A bem da verdade, os resultados eram pequenos porque éramos pouco numerosos, porque os objetivos sociais pelos quais se queria fazer a revolução eram desconhecidos e rejeitados pelo conjunto da população; porque, em suma, “os tempos não estavam maduros”.
Mas a vontade de preparar a insurreição existia e ela encontrava pouco a pouco o meio de realizá-la; a propaganda começava a tocar mais pessoas e a dar seus frutos; “os tempos amadureciam”, o que em parte era devido à ação direta dos revolucionários e ainda mais à evolução econômica que, aguçando o conflito entre os trabalhadores e os patrões, desenvolvia a consciência deste conflito, do qual os revolucionários tiravam partido.
As esperanças colocadas na revolução social aumentavam, e parecia certo que através das lutas, das perseguições, das tentativas mais ou menos “inconsideradas” e infelizes, as paradas e as retomadas de atividade febril, chegar-se-ia, em um tempo bastante breve, a desencadear a explosão final e vitoriosa que deveria abater o regime político e econômico em vigor e abrir a via a uma evolução mais livre ruma a novas formas de vida em comum, fundada sobre a liberdade de todos, sobre a justiça para todos, sobre a fraternidade e a solidariedade para todos.
* * *
Mas o marxismo veio frear através de seus dogmas e de seu fatalismo o ímpeto voluntarista da juventude socialista (na época os anarquistas também se chamavam socialistas).
E infelizmente, com suas aparências científicas (estava-se em plena embriaguez cientificista), o marxismo ludibriou, atraiu e desviou a maioria dos anarquistas.
Os marxistas puseram-se a dizer que “a revolução não se faz, ela surge”; diziam que o socialismo viria necessariamente seguindo “o curso natural e fatal das coisas” e que o fator político (a força, a violência posta ao serviço dos interesses econômicos) não tinha nenhuma importância, e o fator econômico determinava a vida social por completo. E, assim, a preparação da insurreição foi deixada de lado e praticamente abandonada.
Eu gostaria de observar que se os marxistas desprezavam toda luta política quando se tratava de uma luta que tendia à insurreição, eles decidiram repentinamente que a política era o principal meio, e quase o único, para fazer triunfar o socialismo, tão logo eles entreviram a possibilidade de entrar para o Parlamento e dar à luta política o sentido restritivo de luta eleitoral. E se aplicaram, assim, a apagar nas massas todo entusiasmo pela ação insurrecional.
Foi então que, diante deste estado de coisas e deste estado de espírito geral que a idéia da greve geral foi lançada e acolhida com entusiasmo por aqueles que não tinham confiança na ação parlamentar e que viam na greve geral uma via nova e promissora que se abria à ação popular.
Todavia, por infelicidade, a maioria não via na greve geral um meio para levar as massas à insurreição, isto é, a abater o poder político pela violência e a tomar posse da terra, dos meios de produção de toda a riqueza social. Para eles, a greve geral substituía a insurreição; viam nela um meio para “tornar faminta a burguesia” e faze-la capitular sem combater.
E como é fatal que o cômico e o grotesco estejam sempre juntos, até mesmo nas coisas mais sérias, houve quem empreendesse a busca de ervas e de “pílulas” capazes de sustentar indefinidamente o corpo humano sem que seja necessário alimentar-se; e isso, a fim de assinalá-las aos trabalhadores e coloca-los em condições de esperar, em um jejum pacífico, que os burgueses viessem apresentar suas desculpas e pedir perdão.
Eis porque eu estimo que a idéia da greve geral fez mal à revolução.
Mas espero e acredito que esta ilusão – fazer capitular a burguesia, tornando-a faminta – desapareceu completamente; e se ela permaneceu, os fascistas se encarregaram de dissipá-la.
A greve geral de protesto, para apoiar reivindicações de ordem econômica e política compatíveis com o regime, pode ser útil se é feita em momento propício, quando o governo e os patrões acham oportuno ceder de uma só vez, por medo do pior. Mas não se deve esquecer que é preciso comer todos os dias e que, se a resistência se prolonga, ainda que por poucos dias, é preciso curvar-se ignominiosamente sob o jugo dos patrões, ou então se insurgir... Mesmo que o governo ou as forças especiais da burguesia não tomem a iniciativa da violência.
Conclui-se daí que se faz uma greve geral, seja para resolver definitivamente o problema, ou com objetivos transitórios, deve-se estar decidido e preparado a resolver a questão pela força.
Retirado do livro : Escritos Revolucionários de Errico Malatesta
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A NOSTALGIA COMBATENTE DE TÚPAC AMARU

Quando os espanhóis irromperam na América, o império teocrático dos incas estava em seu apogeu, estendendo seu poder sobre o que hoje chamamos de Peru, Bolívia e Equador, abarcando parte da Colômbia e do Chile e chegando até o norte argentino e à selva brasileira; a confederação dos astecas tinha conquistado um alto nível de eficácia no vale do México; em Yucatán e na América Central a esplêndida civilização dos maias persistia em todos os povos herdeiros, organizados para o trabalho e a guerra.
Estas sociedades deixaram numerosos testemunhos de sua grandeza, apesar de todo o enorme tempo da devastação: monumentos religiosos levantados com maior sabedoria do que as pirâmides egípcias, eficazes criações técnicas para a luta contra a natureza, objetos de arte que denunciam um talento invicto. No museu de Lima podem ver-se centenas de crânios que foram objeto de puncturas e curas com placas de ouro e prata por parte dos cirurgiões incas. Os maias foram grandes astrônomos, tinham medido o tempo e o espaço com precisão assombrosa e descoberto o valor da cifra zero antes de qualquer outro povo na História. Os aquedutos e as ilhas artificiais criadas pelos astecas deslumbraram Fernão Cortez, embora não fossem de ouro.
A conquista rompeu as bases daquelas civilizações. Piores conseqüências do que o sangue e o fogo da guerra teve a implantação de uma economia mineira. As minas exigiam grandes deslocamentos da população e desarticulavam as unidades agrícolas comunitárias; não só extinguiam incontáveis vidas através do trabalho forçado, como abatiam indiretamente o sistema coletivo de cultivos. Os índios eram conduzidos aos socavãos, submetidos à servidão dos encomenderos e obrigados a entregarem por nada as terras que obrigatoriamente deixavam ou descuidavam. Na costa do Pacífico, Os espanhóis destruíram ou deixaram extinguir enormes cultivos de milho, mandioca, feijão, amendoim, batata doce; o deserto devorou rapidamente grandes extensões de terra que tinham sido trabalhadas pela rede incaica de irrigação. Quatro séculos e meio depois da conquista, só restam pedras e capim bravo em lugar da maioria dos caminhos que unia o império. Embora as gigantescas obras públicas dos incas fossem, em sua maior parte, arrasadas pelo tempo ou pela mão dos usurpadores, sobram ainda, desenhadas na cordilheira dos Andes, os intermináveis terraços que permitiam e ainda permitem cultivar as ladeiras das montanhas. Um técnico norte americano51 calculava, em 1936, que se neste ano se construíssem, com métodos modernos, os terraços incas, custariam uns 30 mil dólares por acre. Tanto os terraços como os aquedutos de irrigação foram possíveis, naquele império que não conhecia a roda, o cavalo nem o ferro, graças à prodigiosa organização e à perfeição técnica conseguida através de sábia divisão de trabalho, mas também graças à força religiosa que regia a relação do homem com a terra - que era sagrada e estava, portanto, sempre arada.
Também foram assombrosas as respostas astecas ao desafio da natureza. Em nossos dias, os turistas conhecem por “jardins flutuantes” as poucas ilhas sobreviventes no lago ressecado onde agora se levanta, sobre as ruínas indígenas, a capital do México. Essas ilhas tinham sido criadas pelos astecas para responder ao problema da falta de terras no lugar eleito para a criação de Tenochtitlán. Os índios transportaram grandes massas de barro das margens e apresaram as novas ilhas de limo entre delgadas paredes de bambu, até que as raízes das plantas lhes dessem firmeza. Por entre os novos espaços de terra deslizavam os canais de água. Sobre estas ilhas inusitadamente férteis, cresceu a poderosa capital dos astecas, com suas amplas avenidas, seus palácios de austera beleza e pirâmides escalo-nadas: brotada magicamente da lagoa, Tenochtitlán estava condenada a desaparecer ante os embates da conquista estrangeira. Quatro séculos demoraria o México para alcançar uma população tão numerosa quanto a que existia naqueles tempos.
Os indígenas eram, como diz Darcy Ribeiro, o combustível do sistema produtivo colonial. “É quase certo - escreve Sergio Bagú - que às minas espanholas foram lançados centenas de índios escultores, arquitetos, engenheiros e astrônomos, confundidos entre a multidão escrava, para realizar um tosco e esgotador trabalho de extração. Para a economia colonial, a habilidade técnica destes indivíduos não interessava. Eles só eram contados como trabalhadores não qualificados.” Mas não se perderam todos os sinais daquelas culturas destruídas. A esperança de renascimento da dignidade perdida incendiaria numerosas sublevações indígenas. Em 1781, Túpac Amaru sitiou Cuzco.
Este cacique mestiço, descendente direto dos imperadores incas, encabeçou o movimento messiânico e revolucionário de maior envergadura. A grande rebelião estourou na província de Tinta. Montado no seu cavalo branco, Túpac Amaru entrou na praça de Tugasuca e, ao som de tambores e pututus, anunciou que havia condenado à forca o corregedor real Antonio Juan de Arriaga, e dispôs a proibição da mitade Potosí. A província de Tinta estava ficando despovoada por causa do serviço obrigatório nos socavãos de prata da montanha. Poucos dias depois, Túpac Amaru expediu um novo comunicado pelo qual decretava a liberdade dos escravos. Aboliu todos os impostos e o repartimento de mão-de-obra indígena em todas suas formas. Os indígenas se juntavam, aos milhares, às forças do “pai de todos os pobres e de todos os miseráveis e desvalidos”. À frente de seus guerrilheiros, o caudilho lançou-se sobre Cuzco. Marchava pregando seu credo: todos os que morressem sob suas ordens nesta guerra ressuscitariam para desfrutar as felicidades e riquezas de que tinham sido despojados pelos invasores. Sucederam-se vitórias e derrotas; no fim, traído e capturado por um de seus chefes, Túpac Amaru foi entregue, amarrado com correntes, aos espanhóis. Em seu calabouço, entrou o visitador Areche para exigir-lhe, em troca de promessas, os nomes dos cúmplices da rebelião. Túpac Amaru respondeu-lhe com desprezo: “Aqui não há mais cúmplice que tu e eu; tu por opressor,e eu por libertador, merecemos a morte”52.
Túpac foi submetido a suplícios, junto com sua esposa, seus filhos e seus principais partidários, na praça do Wacaypata, em Cuzco. Cortaram-lhe a língua. Amarraram seus braços e pernas em quatro cavalos, para esquartejá-lo, mas o corpo não se partiu. Decapitaram-no ao pé da forca. Enviaram sua cabeça para Tinta. Um de seus braços foi para Tungasuca e o outro para Carabaya. Mandaram uma perna para Santa Rosa e a outra para Livitaca. Queimaram-lhe o tronco e jogaram as cinzas no rio Watanay.Recomendou-se que fosse extinta toda sua descendência, até o quarto grau.
Em 1802 outro cacique descendente dos incas, Astorpilco, recebeu a visita de Humboldt. Foi em Cajamarca, no local exato onde seu antepassado, Atahualpa, tinha visto pela primeira vez o conquistador Pizarro. O filho do cacique acompanhou o sábio alemão no passeio às ruínas do povoado e aos escombros do antigo palácio incaico,e enquanto caminhavam falava-lhe dos fabulosos tesouros escondidos sob o pó e as cinzas. “Não sentis às vezes o desejo de cavar em busca dos tesouros para satisfazer vossas necessidades?”, perguntou-lhe Humboldt. E o jovem respondeu: “Tal desejo não acontece comigo. Meu pai diz que seria pecaminoso. Se tivéssemos os ramos dourados com todos os frutos de ouro, os vizinhos brancos nos odiariam e nos fariam mal”53. O cacique cultivava um pequeno campo de trigo. Mas isso não lhe bastava para por se a salvo da cobiça alheia. Os usurpadores, ávidos de ouro e prata e também de braços escravos para trabalhar nas minas, não demoraram em lançar-se sobre as terras quando os cultivos ofereceram lucros tentadores. A espoliação continuou durante todo o tempo, e em 1969, quando se anunciou a reforma agrária no Peru, os jornais anunciavam, freqüentemente, que os índios das comunidades destruídas da serra invadiam, de quando em vez, desfraldando suas bandeiras, as terras que lhes tinham sido roubadas, a de seus antepassados, e eram repelidos a bala pelo exército. Foi preciso esperar quase dois séculos desde Túpac Amaru para que o general nacionalista Juan Velasco Alvarado recolhesse e aplicasse aquela frase do cacique, de ressonâncias imortais: “Camponês! O patrão já não comerá mais tua pobreza!”
Outros heróis que o tempo se ocupou de resgatar da derrota foram os mexicanos Hidalgo e Morelos. Miguel Hidalgo, que tinha sido até os 50 anos um pacífico cura rural, um belo dia sacudiu os sinos da igreja chamando os índios para lutar pela libertação: “Quereis empenhar-vos no esforço de recuperar, dos odiados espanhóis, as terras rouba das a vossos antepassados há trezentos anos?” Levantou o estandarte da virgem índia de Guadalupe, e em menos de seis semanas 80 mil homens o seguiam, armados com facões, lanças, fundas, arcos e flechas. O padre revolucionário pôs fim aos tributos e repartiu as terras de Guadalajara; decretou a liberdade dos escravos; lançou suas forças sobre a cidade do México. Porém foi finalmente executado, ao cabo de uma, derrota militar e, segundo dizem, deixou ao morrer um testemunho de apaixonado arrependimento54. A revolução não demorou a encontrar um novo chefe, o sacerdote José Maria Morelos: “Devem ter-se como inimigos todos os ricos, nobres e altos funcionários...” Seu movimento - insurgência indígena e revolução social - chegou a dominar uma grande extensão do território do México, até que Morelos foi também derrotado e fuzilado. A independência do México, seis anos depois, “acabou sendo um negócio perfeitamente hispânico, entre europeus e pessoas nascidas na América.... uma luta política dentro da mesma classe reinante”. O encomendado foi convertido em peão e o encomendeiro em fazendeiro. (...)
Notas;
51. Um membro do Serviço Norte-Americano de Conservação de Solos, segundo John Collier,
op. cit.
52. Daniel Valcárcel, La rebelión de Túpac Amaru, México, 1947.
53. Alexander von Humboldt, Ansichten der Natur, citado em Adolf Meyer-Abich e outros,
Alejandro de Humboldt (1769-1969), Bad Godesberg, 1969.
54. Tulio Halperin Donghi, Historia contemporánea de América Latina, Madri, 1969.
51. Um membro do Serviço Norte-Americano de Conservação de Solos, segundo John Collier,
op. cit.
52. Daniel Valcárcel, La rebelión de Túpac Amaru, México, 1947.
53. Alexander von Humboldt, Ansichten der Natur, citado em Adolf Meyer-Abich e outros,
Alejandro de Humboldt (1769-1969), Bad Godesberg, 1969.
54. Tulio Halperin Donghi, Historia contemporánea de América Latina, Madri, 1969.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Do Oiapoque à Chuí isso é Brasí
Pra todo Norte, Nordeste, Centro, Oeste, Sul
Salve Zambi, Ala, Jah!
Salve!
A ala dos Alufás.
O Brasil é um pedaço D África!
Juntem os mapas.
Há estudos, que falam das separações das placas tectônicas, que se separam e formaram os continentes e os oceanos que hoje nos cercam.
Quando o continente se expandiu alem dos oceanos um pedaço de África se deslocou pro Ocidente.
Separados entre terras e mares, mas ligados por laços eternos que foram plantados em infinitas formas ao longo do tempo.
E assim foram feitas as caminhadas.
Como agora são feitas as caminhadas
Mas a luta é atemporal.
O tempo passa até parece que ta tudo igual?
Cada dia é uma resistência para os que são resitentes.
O papel do ser humano livre é ser resistente, ascender à mente dos inconscientes e purificar os doentes.
Temos o antídoto e a cura.
Zumbi!Zumbi Somos nóis!
Eu escutei um ZumZum por ai
Ouvi dizer que muita gente é Zumbi
Zumbi somos nóis
É a frente 3 de fevereiro
É Dinho Nascimento
É Reverendo é Cachoeira
É Umoja
É Denegri
Periafricania É o Clã Nordestino a peste negra do Nordeste
É o Bumba boi, boi Bumba que bate até o Sudeste.
Foram as Palmeiras Indígenas que nos abrigavam
Foi oferenda dos Deuses a Serra da Barriga
Foi um Peri
Que periferia lutar do que aceitar calado.
E não impedir a transformação divina, que não escolhe lugares, apenas escolhidos.
Que não conseguem evitar e simplesmente seguem os caminhos divinos em que lhe são missionados.
Isso nossos espíritos e almas não conseguem evitar.
E que não existe lugar
Para que a palavra Quilombola entre no coração de um ser vivente.
Ir onde o povo está
Acreditar que as forças naturais sempre há de nos levar, elevar e nos guiar ao longo das caminhadas e mesmo sem conhecer todas as pedras do caminho a meta é não parar de caminhar e transformar.
É possível tirar algumas pedras do caminho para que outros não possam tropeçar.
É o Curupira na trilha pra morada dos guerreiros que descansam da guerra.
Palmares!Busque o Zumbi que esta dentro de você!
O Rei Dandara!
Rainha Dandara!
Salve os Malês
O Z´África é domínio publico.
Todo Brasileiros é Afro ascendente.
E é na Periferia que estão os resistentes, no grande centro, no sertão, nas florestas em todo lugar.
Planeta terra é meu País.
Efeito astronauta viajando por este mundo, um mundo dentro de vários mundos.
Quem é você?
Sou universal cósmica é minha raiz!
Cooperifano.
Na quebrada, Ponte Pretano e coração Corintiano.
Z´África Brasil é nação.
Nossa gente contando histórias da nossa gente pra toda a gente.
Entender que o semelhante é diferente e é o viva a diferença!
Viva as rainhas
As Kambindas
As dramas
As Nzingas
As QueensLatifasTielysRúbiasLadys
As MiscíveisAs Parteiras
As Pérolas Negras
As Negrígenas
São todas Guerreiras geradoras de luz!
Acreditar num sonho?
É poder cantar e conhecer cada canto de terra e ver os Griots, os Pagés, ouvir suas histórias contadas de gerações passadas de pai pra filho.
Poder conhecer os povos das florestas.
Salve Mestre Lumumba
Salve os jongueiros
Salve os Trindades e seus Maracatus.
Diamba Afrodisíaca de Chuí ao Oiapoque
De São Paulo a Nova Iorque.
Z´África Brasil representa os povos da terra, filhos do cosmos, planta nativa que brota nas matas mais distantes.
Na trilha dos espíritos navegantes.
Onde somente os que têm energia pura passam.
Negritude, Branquitude, Indigenatitude
Pra plenitude
Precisamos de mais Humanitude.
Queremos ver à hora de conhecer este canto sagrado do mapa.
Salve a todas as Comunidades e Aldeias do Norte.
Salve Amapá
Salve a Amazônia
Até Guiana
Salve aos verdadeiros nativos da terra.
Aqui, só mais um Pirajussara.
Do Valo Velho!
Zona Sul do Mapa.
Inté a festa do Turé.
Paz Z´África Brasil
www.myspace.com/zafricabrasil
www.zafricabrasil.blogspot.com
www.pontepretajdleme.blogspot.com.br
terça-feira, 27 de outubro de 2009
A COMUNA DE BOT


Entre as coletividades nascidas ao calor da revolução, é de notar-se a que surgiu em Bot, na região de Terra Alta, em Tarragona, escreve um dos militantes que participou da revolução espanhola.
Desde os primeiros momentos, nos agrupamos algumas centenas de famílias, às quais se juntavam outras dia por dia. Dinheiro gêneros comestíveis, utensílios, etc., tudo pusemos em comum, ao serviço da Comuna, juntando aos bens populares tudo quanto se pôde requisitar dos elementos simpatizantes das forças inimigas.
Aos reacionários que, malgrado tais qualidades, aceitaram a proposta de conviver conosco, lhes deixávamos o ingresso livre, fazendo-os participar imediatamente dos mesmos direitos e deveres de todos os membros da coletividade.
Foi criada uma cooperativa de consumo, a fim de atender à distribuição eqüitativa de todas as coisas necessárias ao uso individual de cada um, tomando por base a família e de acordo com as anotações feitas pela administração. Dentro da comuna, foi abolido o uso do dinheiro, apenas reservado às necessidades do comércio com o exterior, quando tal comércio se tornava imprescindível. Naturalmente, preferimos tratar com as coletividades de outras regiões que se regiam moral e econômica-mente como nós outros. A terra era trabalhada em grupos de vinte, e cada grupo tinha um delegado nomeado diretamente pelos companheiros. Esses grupos se reuniam aos sábados, em assembléias gerais, com o fim de distribuir o serviço para a semana próxima, ao mesmo tempo que se discutiam assuntos relacionados com as atividades de cada grupo e se analisava a situação geral da coletividade. Dispúnhamos de cavalos, ovelhas, cabras, porcos, bem instalados em diversos estábulos e dispondo de ótimos pastos e acomodações necessárias aos produtos. De um modo geral, o resultado de nosso sistema de trabalho e de convivência se revelava ótimo, até surpreendente para nós mesmos, e teríamos continuado o desenvolvimento progressivo para melhores realizações, se os inimigos do povo trabalhador não nos tivessem atacado com forças superiores aos nossos meios de defesa. Os esbirros republicanos, bolchevistas e de outras cores partidárias que receavam a demonstração prática do comunismo libertário, assaltaram a nossa coletividade, destruindo-a, como o teriam feito as forças franquistas, se tivessem chegado primeiro que eles.
Esse golpe de força contra-revolucionário ocorreu em maio de 1937. Mas a recordação da vida livre, iniciada em julho de 1936, permanece indelével em todos quantos, anarquistas ou não, puderam experimentá-la. Ao produzir-se o levante militar fascista de julho de 1936, como já havia acontecido em dezembro de 1934, nos vales mineiros de Cardoner e do Alto Llobregat foi declarada a greve geral revolucionária. Transcorridos alguns dias, tendo-se constatado que os Conselhos da Administração, por estarem comprometidos no levante faccioso, haviam desaparecido, deixando abandonados os serviços de segurança das minas, acontecendo mesmo que, em uma delas, possuía as instalações mais deficientes, as águas haviam minado o cimento dos dois poços (o de extração e o de salvamento), correndo o risco de ficar totalmente inutilizada os trabalhadores decidiram encarregar-se da direção e administração das mesmas, recomeçando o trabalho e reparando todas as instalações. Com a mesma normalidade com que se nomeavam os comitês de sindicatos, em assembléia geral, foram eleitos os Conselhos de Empresa, em que tomavam parte representações da técnica, da administração e da produção.
A assembléia era soberana, e os eleitos executores das suas resoluções. Nas assembléias, prestavam-se contas da situação técnica e da marca da produção das minas, para serem discutidos os atos dos Conselhos de Empresa. As melhorias introduzidas nas minas, a partir da coletivização, foram tantas e de tal vulto que seria exaustivo enumerá-las, bastando dizer-se que, em conseqüência da interrupção das comunicações com a zona do centro, ao surgir o problema do abastecimento do sal comum, na média de trezentas toneladas diárias, as coletividades do fornecimento de carvão às minas; abriu-se e iniciou-se a exploração de outra mina no vale de La Nou, sendo necessário, para alcançá-la, construir uma estrada em terreno montanhoso e acidentado, numa extensão de oito a dez quilômetros. Apesar das dificuldades de habitação, dos rigores do inverno, da falta de alimentação e da separação forçada das famílias, ao expor-se, numa assembléia, o elevado custo das despesas a cobrir para a realização desse objetivo, não foi preciso nenhum sistema de coação para o conseguir: as necessidades foram supridas pelos voluntários que se ofereceram para executar esse trabalho. Devido às condições do terreno, em uma das minas vinha-se empregando grande quantidade de madeira que depois ficava, forçosa-mente, enterrada nas explorações abandonadas. A utilização desse material provocava a paralisação das instalações de extração e trituração durante várias horas; as dificuldades de transporte no interior das minas obrigavam, muitas vezes, ao emprego da mão-de-obra para a sua instalação e, por não se conseguir dominar o terreno, verificavam-se muitos acidentes no trabalho. Uma profunda mu-dança no sistema das instalações posta em prática pela coletividade permitiu a abolição do emprego da madeira nas explorações, a utilização das instalações de extração e trituração, a economia das horas de trabalho despendidas para descer as madeiras, o desaparecimento das dificuldades criadas pelo transporte interno, a possibilidade do emprego da mão-de-obra em outras atividades, maior segurança no trabalho e, portanto, menos acidentes. Além disso, conseguiram-se maiores possibilidades de aplicação técnica e grande economia, que somava alguns bilhões anuais em virtude das despesas feitas na compra e transporte das madeiras até à entrada das minas. O rendimento conseqüente desse esforço no aperfeiçoamento dos métodos de trabalho foi depois aproveitado pelas companhias, ao verificar-se o triunfo circunstancial do fascismo. As minas estavam federadas entre si, constituindo a Federação Econômica de Sais e Potássios, que, por sua vez, pertencia à Federação Regional de Indústrias Químicas e à Federação Nacional das mesmas indústrias. Era através da Federação Econômica (em que as unidades produtoras conservavam absoluta independência de produção e administração) que se fazia a distribuição dos pedidos e das matérias-primas quando era necessária a sua aquisição para uso comum. Depois da experiência da propriedade individual e da propriedade do Estado, o sistema coletivo adotado na Espanha pelos anarquistas constitui uma afirmação da economia posta a serviço da coletividade, demonstração prática dos princípios de liberdade e dignidade humanas, harmonia de interesses na distribuição do trabalho e dos produtos .
Tendo os diretores da empresa que explorava o serviço de transporte naquela cidade abandonada o posto, os trabalhadores, por intermédio do Sindicato dos Operários de Transportes, filiado à Confederação Nacional do Trabalho (C.N.T.), tomaram a si a responsabilidade da administração desse serviço. Pois bem, apesar de haverem sido aumentados os salários e o número de trabalhadores, foram entregues durante um ano, 60 milhões de pesetas à municipalidade, quando a Companhia tinha estipulado, no contrato, a obrigação de entregar 8 milhões!
Além disso, dentro desse prazo, foram construídas 14 novas linhas, sobrando ao Sindicato muitos recursos para continuar a sua obra de melhoramentos no serviço de transportes coletivos. (...)
Texto do livro: Anarquismo - Roteiro da Libertação Social de Edgar Leuenroth
Desde os primeiros momentos, nos agrupamos algumas centenas de famílias, às quais se juntavam outras dia por dia. Dinheiro gêneros comestíveis, utensílios, etc., tudo pusemos em comum, ao serviço da Comuna, juntando aos bens populares tudo quanto se pôde requisitar dos elementos simpatizantes das forças inimigas.
Aos reacionários que, malgrado tais qualidades, aceitaram a proposta de conviver conosco, lhes deixávamos o ingresso livre, fazendo-os participar imediatamente dos mesmos direitos e deveres de todos os membros da coletividade.
Foi criada uma cooperativa de consumo, a fim de atender à distribuição eqüitativa de todas as coisas necessárias ao uso individual de cada um, tomando por base a família e de acordo com as anotações feitas pela administração. Dentro da comuna, foi abolido o uso do dinheiro, apenas reservado às necessidades do comércio com o exterior, quando tal comércio se tornava imprescindível. Naturalmente, preferimos tratar com as coletividades de outras regiões que se regiam moral e econômica-mente como nós outros. A terra era trabalhada em grupos de vinte, e cada grupo tinha um delegado nomeado diretamente pelos companheiros. Esses grupos se reuniam aos sábados, em assembléias gerais, com o fim de distribuir o serviço para a semana próxima, ao mesmo tempo que se discutiam assuntos relacionados com as atividades de cada grupo e se analisava a situação geral da coletividade. Dispúnhamos de cavalos, ovelhas, cabras, porcos, bem instalados em diversos estábulos e dispondo de ótimos pastos e acomodações necessárias aos produtos. De um modo geral, o resultado de nosso sistema de trabalho e de convivência se revelava ótimo, até surpreendente para nós mesmos, e teríamos continuado o desenvolvimento progressivo para melhores realizações, se os inimigos do povo trabalhador não nos tivessem atacado com forças superiores aos nossos meios de defesa. Os esbirros republicanos, bolchevistas e de outras cores partidárias que receavam a demonstração prática do comunismo libertário, assaltaram a nossa coletividade, destruindo-a, como o teriam feito as forças franquistas, se tivessem chegado primeiro que eles.
Esse golpe de força contra-revolucionário ocorreu em maio de 1937. Mas a recordação da vida livre, iniciada em julho de 1936, permanece indelével em todos quantos, anarquistas ou não, puderam experimentá-la. Ao produzir-se o levante militar fascista de julho de 1936, como já havia acontecido em dezembro de 1934, nos vales mineiros de Cardoner e do Alto Llobregat foi declarada a greve geral revolucionária. Transcorridos alguns dias, tendo-se constatado que os Conselhos da Administração, por estarem comprometidos no levante faccioso, haviam desaparecido, deixando abandonados os serviços de segurança das minas, acontecendo mesmo que, em uma delas, possuía as instalações mais deficientes, as águas haviam minado o cimento dos dois poços (o de extração e o de salvamento), correndo o risco de ficar totalmente inutilizada os trabalhadores decidiram encarregar-se da direção e administração das mesmas, recomeçando o trabalho e reparando todas as instalações. Com a mesma normalidade com que se nomeavam os comitês de sindicatos, em assembléia geral, foram eleitos os Conselhos de Empresa, em que tomavam parte representações da técnica, da administração e da produção.
A assembléia era soberana, e os eleitos executores das suas resoluções. Nas assembléias, prestavam-se contas da situação técnica e da marca da produção das minas, para serem discutidos os atos dos Conselhos de Empresa. As melhorias introduzidas nas minas, a partir da coletivização, foram tantas e de tal vulto que seria exaustivo enumerá-las, bastando dizer-se que, em conseqüência da interrupção das comunicações com a zona do centro, ao surgir o problema do abastecimento do sal comum, na média de trezentas toneladas diárias, as coletividades do fornecimento de carvão às minas; abriu-se e iniciou-se a exploração de outra mina no vale de La Nou, sendo necessário, para alcançá-la, construir uma estrada em terreno montanhoso e acidentado, numa extensão de oito a dez quilômetros. Apesar das dificuldades de habitação, dos rigores do inverno, da falta de alimentação e da separação forçada das famílias, ao expor-se, numa assembléia, o elevado custo das despesas a cobrir para a realização desse objetivo, não foi preciso nenhum sistema de coação para o conseguir: as necessidades foram supridas pelos voluntários que se ofereceram para executar esse trabalho. Devido às condições do terreno, em uma das minas vinha-se empregando grande quantidade de madeira que depois ficava, forçosa-mente, enterrada nas explorações abandonadas. A utilização desse material provocava a paralisação das instalações de extração e trituração durante várias horas; as dificuldades de transporte no interior das minas obrigavam, muitas vezes, ao emprego da mão-de-obra para a sua instalação e, por não se conseguir dominar o terreno, verificavam-se muitos acidentes no trabalho. Uma profunda mu-dança no sistema das instalações posta em prática pela coletividade permitiu a abolição do emprego da madeira nas explorações, a utilização das instalações de extração e trituração, a economia das horas de trabalho despendidas para descer as madeiras, o desaparecimento das dificuldades criadas pelo transporte interno, a possibilidade do emprego da mão-de-obra em outras atividades, maior segurança no trabalho e, portanto, menos acidentes. Além disso, conseguiram-se maiores possibilidades de aplicação técnica e grande economia, que somava alguns bilhões anuais em virtude das despesas feitas na compra e transporte das madeiras até à entrada das minas. O rendimento conseqüente desse esforço no aperfeiçoamento dos métodos de trabalho foi depois aproveitado pelas companhias, ao verificar-se o triunfo circunstancial do fascismo. As minas estavam federadas entre si, constituindo a Federação Econômica de Sais e Potássios, que, por sua vez, pertencia à Federação Regional de Indústrias Químicas e à Federação Nacional das mesmas indústrias. Era através da Federação Econômica (em que as unidades produtoras conservavam absoluta independência de produção e administração) que se fazia a distribuição dos pedidos e das matérias-primas quando era necessária a sua aquisição para uso comum. Depois da experiência da propriedade individual e da propriedade do Estado, o sistema coletivo adotado na Espanha pelos anarquistas constitui uma afirmação da economia posta a serviço da coletividade, demonstração prática dos princípios de liberdade e dignidade humanas, harmonia de interesses na distribuição do trabalho e dos produtos .
Tendo os diretores da empresa que explorava o serviço de transporte naquela cidade abandonada o posto, os trabalhadores, por intermédio do Sindicato dos Operários de Transportes, filiado à Confederação Nacional do Trabalho (C.N.T.), tomaram a si a responsabilidade da administração desse serviço. Pois bem, apesar de haverem sido aumentados os salários e o número de trabalhadores, foram entregues durante um ano, 60 milhões de pesetas à municipalidade, quando a Companhia tinha estipulado, no contrato, a obrigação de entregar 8 milhões!
Além disso, dentro desse prazo, foram construídas 14 novas linhas, sobrando ao Sindicato muitos recursos para continuar a sua obra de melhoramentos no serviço de transportes coletivos. (...)
Texto do livro: Anarquismo - Roteiro da Libertação Social de Edgar Leuenroth
A midia e sempre uma farsa!

Belo Horizonte ,26 de outubro de 2009
PREZADOS SENHORES(AS)
Conforme a máteria totalmente detuparda exibida pela rede Band Minas no programa “Minas Urgente” no dia 19/10/2009,apresentado por Ricardo Sapia e efetuada pelo repórter Tom Paixão sobre o evento sem fins lucrativos que ocorreu no dia 18/10/2009 das 13:00 as 22:00 hs embaixo do viaduto Santa Tereza,local cedido pela prefeitura de Belo Horizonte.
Evento este organizados por indivíduos libertários/movimento Anarco-Punk BH/Headbangers,com o intuito de dilvulgar Bandas de “HardCore”(estilo musical),qual teve a participação de cinco bandas de Belo Horizonte, uma de São Paulo e uma da República Tcheca(país do continente Europeu)portanto um evento de nível internacional.
Nós organizadores(libertários/punk’s e headbangers)demonstramos através desta nota todo nosso repúdio ao programa “Minas Urgente” em especial ao repórter Tom Paixão e ao apresentador Ricardo Sapia.
O repórter Tom Paixão ao ser supostamente agredido por um individuo que estava na platéia do evento,forjou uma matéria deturpando toda uma trajetória de responsabilidade,organização e cultura existente no movimento Anarco-Punk,que no caso proporcionava o evento aberto e gratuito a toda população de Belo Horizonte.
Repudiamos a generalização em sua expressão fascista chamando todos/todas presentes
de “drogados e ignorantes” ,acreditamos que o grande ignorante da história é o próprio personagem Tom Paixão que não teve se quer a gentileza de procurar os organizadores do evento para efetuar a matéria a respeito.
E em relação a suposta agressão por ele recebida,o que vimos no dia do acontecido e no dia posterior na reportagem foi um dito repórter sem pauta,sem preparação e sem carisma para lidar com as pessoas.
Não realizamos este manifesto para defender ninguém,como qualquer pessoa do mundo sabe,onde se reúnem um determinado grupo de pessoas sempre há de ter pessoas “boas e pessoas ruins”,citamos por exemplo:
VILAS E FAVELAS
O SENADO FEDERAL
AS REDES DE TV
AS COORPORAÇÕES POLICIAIS
E por ai segue....
Então pedimos aos diretores, supervisores, redatores, editores-chefe e demais profissionais da Band Minas que enviem pessoas qualificadas para a cobertura de eventos,onde um determinado tipo de cultura que resiste a toda esta mídia de massa que aliena o cidadão comum não seja defamado.
Seguimos contra – corrente,mais uma vez sendo atacados (sem direito a resposta)pela mídia burguesa que demonstra posições separatistas,confundindo a mente do povo com sensacionalismos sem limites.
Nós libertários,anarco-punks e headbangers somos cidadões, somos trabalhadores/trabalhadoras,estudantes,pais,mães,filhos e o mais importante SOMOS SERES HUMANOS.
ESTA É NOSSA RESPOSTA,UMA NOTA DE REPÚDIO A CORJA QUE EMPORCALHA OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
PODEM TENTAR MANCHAR NOSSA IMAGEM, MAS NOSSAS MENTES ESTARÃO SEMPRE LIMPAS, SEM DAR NENHUM PASSO ATRÁS CONTRA TUDO QUE OPRIME!
PELA LIBERDADE E AUTONOMIA DE TODOS/TODAS TRABALHADORES!
ANTI-RACISMO, ANTI-HOMOFOBIA, CONTRA TODA MISÉRIA,DESCASO E VIOLÊNCIA PROMOVIDOS PELO ESTADO!
VIVA A LIBERDADE! VIVA O POVO! VIVA A MUTUALIDADE!
Ass: Libertários,Anarco Punks e Headbangers
OBSERVAÇÃO: Procurem o registros na regional centro-sul da PBH,e consultem a quanto tempo desenvolvemos atividades culturais.
Compareçam no 1°Batalhão da Policia Militar e constataram que não existem ocorrências direcionadas ao eventos que ocorrem embaixo do viaduto santa Tereza.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
O PRÓXIMO ELEMENTO DA TAZ ...


O PRÓXIMO ELEMENTO que contribui para a TAZ é tão vasto e ambíguo que precisa de uma seção à parte somente para ele. Já falamos da net, que pode ser definida como a totalidade de todas as transferências de informações e de dados. Algumas dessas transferências são privilégio e exclusividade de várias elites, o que lhes confere um aspecto hierárquico. Outras transações são abertas a todos - e deste modo a internet também possui um aspecto horizontal e não hierárquico. Dados militares e de segurança nacional são restritos, assim como informações bancárias e monetárias, e outras informações deste tipo. Porém, de maneira geral, a telefonia, o sistema postal, os bancos de dados públicos etc. são acessíveis a todos. Desta forma, de dentro da net começou a emergir um tipo de contra-net, que nós chamaremos de web (como se a internet fosse uma rede de pesca e a web as teias de aranha tecidas entre os interstícios e rupturas da net). Em termos gerais, empregaremos a palavra web para designar a estrutura aberta, alternada e horizontal de troca de informações, ou seja, a rede não-hierárquica, e reservaremos o termo contra-net para indicar o uso clandestino, ilegal e rebelde da web, incluindo a pirataria de dados e outras formas de parasitar a própria net.
A net, a web e a contra-net são partes do mesmo complexo, e se mesclam em inúmeros pontos. Esses termos não foram criados para definir áreas, mas para sugerir tendências.(Digressão: Antes de condenar a web ou a contra-net por seu "parasitismo", que jamais poderia ser uma força verdadeiramente revolucionária, pergunte-se o que significa "produção" na era da Simulação. Qual é a "classe produtora"? Talvez você seja forçado a admitir que esses termos perderam o sentido. De qualquer forma, as respostas a essas perguntas são tão complexas que a TAZ tende a ignorá-las por completo e simplesmente escolhe o que pode usar. "Cultura é nossa natureza", e nós somos os corvos ladrões, os caçadores/coletores do mundo da Comunicação Tecnológica.) Supõe-se que as formas atuais da web não-oficial sejam ainda bastante primitivas: a rede marginal de zines, as redes BBS5, softwares piratas, grampos telefônicos, alguma influência na mídia impressa e no rádio e quase nenhuma nos outros grandes canais de comunicação - nenhuma emissora de TV, nenhum satélite, nenhuma fibra ótica, nenhum cabo etc. etc. No entanto, a própria net apresenta um padrão de relações entre sujeitos ("usuários") e objetos ("dados") em constante mutação/evolução. A natureza dessas relações tem sido explorada exaustivamente, de McLuhan a Virilio. Usaríamos páginas e mais páginas para "provar" o que agora "todo mundo já sabe". Em vez de rediscutir tudo isso, estou interessado em investigar como essas relações em constante evolução sugerem modos de implementação para a TAZ.
A TAZ possui uma localização temporária mas real no tempo, e uma localização temporária mas real no espaço. Porém, obviamente, ela também precisa ter um local dentro da web, outro tipo de local: não real, mas virtual; não imediato, mas instantâneo. A web não fornece apenas um apoio logístico à TAZ, também ajuda a criá-la. Grosso modo, poderíamos dizer que a TAZ "existe" tanto no espaço da informação quanto no "mundo real". A web pode compactar muito tempo, em forma de dados, num "espaço" infinitesimal. Dizemos que a TAZ, por ser temporária, não oferece algumas das vantagens de uma liberdade com duração e de uma localização mais ou menos estável. Mas a web oferece uma espécie de substituto para parte disso - ela pode informar a TAZ, desde o seu início, com vastas quantidades de tempo e espaço compactados que estavam sendo "subutilizados" na forma de dados. Nesse ponto da evolução da web, e considerando nossas exigências por algo que seja palpável e sensual, devemos considerar a web fundamentalmente como um sistema de suporte, capaz de transmitir informações de uma TAZ a outra, ou defender a TAZ, tornando-a "invisível" ou dando-lhe garras, conforme a situação exigir. Porém mais do que isso: se a TAZ é um acampamento nômade, então a web ajuda a criar épicos, canções, genealogias e lendas da tribo. Ela fornece as trilhas de assalto e as rotas secretas que compõem o fluxo da economia tribal. Ela até mesmo contém alguns dos caminhos que as tribos seguirão só no futuro, alguns dos sonhos que eles viverão como sinais e presságios. Nossa web não depende de nenhuma tecnologia de computação para existir.
O boca-a-boca, os correios, a rede marginal de zines, as "árvores telefônicas" e coisas do gênero são suficientes para se construir uma rede de informação. A chave não é o tipo ou o nível da tecnologia envolvida, mas a abertura e a horizontalidade da estrutura. Contudo, o próprio conceito da net implica o uso de computadores. Na imaginação da ficção científica, a net é conduzida para a condição de ciberespaço (como Tron e no livro de William Gibson, Neuromancer) e para a pseudo-telepatia da "realidade virtual". Como fã do cyberpunk, não consigo deixar de antever o importante papel que o "hacking da realidade" terá na criação das TAZs. Assim como Gibson e Sterling, acredito que a net oficial jamais conseguirá conter a web ou a contra-net - a pirataria de dados, as transmissões nãoautorizadas e o fluxo livre de informações não podem ser detidos. (Na verdade, no meu entender, a Teoria do Caos pressupõe que nenhum sistema de controle universal seja possível.) No entanto, deixando de lado as meras especulações sobre o futuro, devemos encarar uma questão séria sobre a web e a tecnologia que ela envolve. A TAZ deseja, acima de tudo, evitar a mediação, experimentar a existência de forma imediata. A essência da TAZ é "peito-a-peito", como dizem os sufis, ou cara-a-cara. Mas, MAS: a essência da web é mediação, onde as máquinas são nossos embaixadores - a carne é irrelevante exceto como um terminal, com todas as conotações sinistras do termo. Talvez a melhor maneira para a TAZ encontrar seu próprio espaço seja adotando duas atitudes aparentemente contraditórias em relação à alta tecnologia e sua apoteose, a net: a) aquilo que podemos chamar de Quinto Estado, a posição neo-paleolítica, pós-situacionista e ultra-verde, que se traduz como um argumento ludita contra a mediação e contra a internet; e b) os cyberpunks utópicos, os futuro-libertários, os hackers da realidade e seus aliados, que percebem a internet como um passo adiante na nossa evolução, e que acreditam que qualquer possível efeito maligno da mediação possa ser superado, ao menos depois de termos liberado os meios de produção. A TAZ concorda com os hackers porque deseja - em parte - ganhar existência através da net, e até mesmo através da mediação da net. Mas ela também concorda com os partidários do ambientalismo porque possui uma intensa percepção de si mesma como corpo e sente nojo da cibergnose, a tentativa de transcender o corpo através da instantaneidade e da simulação. A TAZ tende a condenar a dicotomia entre tecnologia e anti-tecnologia como um equívoco: como é um equívoco a maioria das dicotomias, onde opostos aparentes acabam se revelando falsificações ou mesmo alucinações provocadas pela semântica. Essa é uma forma de dizer que a TAZ quer viver neste mundo, não na ideia de outro mundo, um mundo visionário qualquer nascido de uma falsa unificação (todo verde OU todo metal), que só pode ser mais um castelo nas nuvens (ou, como disse Alice, "Geléia ontem ou geléia amanhã, mas jamais geléia hoje").
A TAZ é "utópica" no sentido que imagina uma intensificação da vida cotidiana ou, como diriam os surrealistas, a penetração do Maravilhoso na vida. Mas não pode ser utópica no sentido literal do termo, sem local, ou "lugar do lugar nenhum" A TAZ existe em algum lugar. Ela fica na interseção de muitas forças, como um ponto de poder pagão na junção das misteriosas linhas de realidades paralelas, visível para o adepto em detalhes do terreno, da paisagem, das correntes de ar, da água, dos animais e, aparentemente, sem qualquer relação um com o outro. Mas agora essas linhas não pertencem apenas ao tempo e ao espaço. Algumas existem unicamente "dentro" da web, apesar de possuírem também interseção com o tempo e os lugares reais. Talvez algumas dessas linhas sejam "extraordinárias", no sentido que não existem convenções para sua classificação. Talvez essas linhas possam ser melhor estudadas à luz da ciência do caos do que à luz da sociologia, estatística, economia etc. Os padrões de força que geram a existência da TAZ têm algo em comum com estes caóticos "Estranhos Atratores" que existem, por modo de dizer, entre as dimensões. Por uma característica de sua própria natureza, a TAZ faz uso de qualquer meio disponível para concretizar-se - pode ganhar vida tanto numa caverna quanto numa cidade espacial - mas, acima de tudo, ela vai viver, agora, ou o quanto antes, sob qualquer forma, seja ela suspeita ou desorganizada. Espontaneamente, sem preocupar-se com ideologias ou anti-ideologias. Ela vai fazer uso do computador porque o computador existe, mas também usará poderes tão completamente divorciados da alienação e da simulação que lhe garantirão um certo paleolitismo psíquico, um espírito xamânico primordial que vai "infectar" até a própria net (o verdadeiro sentido do cyberpunk, como eu o entendo).
Porque a TAZ é uma intensificação, um excesso, uma abundância, um potlatch, a vida vivida em vez de sobrevivida (a chorosa marca dos anos 80), e não pode ser definida como tecnológica ou anti-tecnológica. Ela se contradiz, como alguém que verdadeiramente despreza fantasmas e aparições, porque deseja ser, a qualquer custo ou prejuízo para a "perfeição" ou imobilidade final. No Mandelbrot Set6 e em suas variações no campo da computação gráfica, encontramos – num universo fractal - mapas que estão embutidos e escondidos dentro de mapas que estão dentro de outros mapas etc., até o limite do poder do computador. Qual é a função deste mapa que de certo modo apresenta uma escala de 1:1 em relação à dimensão fractal? O que podemos fazer com ele, além de admirar sua elegância psicodélica? Se fôssemos imaginar um mapa da informação - uma projeção cartográfica da net como um todo - teríamos que incluir os elementos do caos que já começaram a aparecer, por exemplo, nas operações de processos paralelos complexos, nas telecomunicações, na transferência de "dinheiro" eletrônico, nos vírus, na guerrilha dos hackers etc. Cada uma dessas "áreas" de caos poderiam ser representadas por topografias semelhantes às do Mandeibrot Set, de forma que as "penínsulas" ficassem embutidas ou escondidas dentro do mapa e quase "desaparecessem". Esta "escrita" - que em parte desaparece e em parte se esconde - representa o próprio processo que já é parte intrínseca da net, não totalmente visível nem para si mesmo, in-Controlável. Em outras palavras, o M Set, ou qualquer coisa semelhante, pode vir a ser útil na "armação" (em todos os sentidos da palavra) para o surgimento da contra-net como um processo caótico ou, para usar um termo de Prigogine, como uma "evolução criativa". No mínimo, o M Set serve como uma metáfora para o "mapeamento" da interface da TAZ com a net como um desaparecimentda informação. Toda "catástrofe" na net é um nódulo de poder para a web, oa contra-net. A net será prejudicada pelo caos, enquanto que a web vai prosperar nele. Seja através de uma simples pirataria de dados, ou do desenvolvimento de formas mais complexas de relacionamento com o caos, o hacker da web, o cibernauta da TAZ, encontrará maneiras de aproveitar as perturbações, quedas e breakdowns da net (maneiras de gerar informação a partir da "entropia"). O hacker da TAZ trabalhará para a evolução de conexões fractais clandestinas como um rastreador de fragmentos de informações, um contrabandista, um chantagista, talvez até mesmo como um ciber-terrorista. Estas conexões, e as diferentes informações que fluem entre elas e por elas, formarão as "válvulas de poder" para a emergência da própria TAZ - como é necessário roubar energia elétrica dos monopólios distribuidores de eletricidade para iluminar uma casa abandonada que foi invadida. Desta forma, a web, para produzir situações propícias para a TAZ, irá paralisar a net. Mas também podemos conceber esta estratégia como uma tentativa de arquitetar a construção de uma net alternativa e autônoma, "livre" e não parasítica, que servirá como a base de uma "nova sociedade emergindo do invólucro da antiga". Em termos práticos, a contranet e a TAZ podem ser consideradas como fins em si mesmas - mas, em teoria, também podem ser vistas como formas da batalha para se forjar uma realidade diferente. Uma vez dito isso, devemos admitir algumas falhas nos computadores, algumas questões ainda sem resposta, especialmente em relação aos PCs (computadores pessoais). A história da rede de computadores, BBS e várias outras experiências em eletro-democracia tem sido até agora mais um hobby do que qualquer outra coisa. Muitos anarquistas e liberais mantêm uma grande esperança no PC como uma arma para a libertação e auto-liberação - mas não temos ainda nenhum ganho real, nenhuma liberdade palpável. Não tenho interesse algum por uma hipotética classe empreendedora emergente formada por processadores de dados autônomos que logo estarão capacitados para administrar uma grande empresa de queijos ou qualquer outro trabalho de merda para várias corporações e burocracias.
No entanto, não é preciso ser bidu para prever que esta "classe" vai gerar sua subclasse - um tipo de proletariado mauricinho: por exemplo, donas-de-casa que trarão um "segundo salário" para suas famílias transformando suas próprias casas em lojinhas eletrônicas, formando pequenas tiranias de trabalho, onde o "patrão" é a rede de computadores. Também não me impressionam os tipos de informações e serviços oferecidos pelas redes contemporâneas "radicais". Dizem que em algum lugar existe uma "economia da informação". Talvez, mas a info trocada pêlos canais "alternativos" de BBS parece ser constituída integralmente de conversa fiada ou papo tecnológico. Isso é uma nova economia? Ou apenas um passatempo para os aficionados? OK, os PCs causaram uma nova "revolução da imprensa". OK, redes marginais na web estão evoluindo. OK, posso agora fazer seis telefonemas ao mesmo tempo. Mas que diferença isso faz para minha vida diária? Francamente, eu já possuía muitos dados para alimentar meus sentidos e percepções: livros, filmes, TV, teatro, telefone, correio, estados alterados de consciência, e daí por diante. Preciso realmente de um PC para obter ainda mais informações desse tipo? Você me oferece informação secreta? Bem... talvez. Fico tentado, mas eu exijo segredos maravilhosos, e não apenas os números de telefones que não estão na lista ou trivialidades sobre a polícia e os políticos. Sobretudo, quero que os computadores me forneçam informações relacionadas a bens reais - "as coisas boas da vida", como o IWW Preamble diz. Agora, já que acuso os hackers e os usuários das BBS de possuírem uma irritante vacuidade intelectual, devo descer das nuvens barrocas da teoria e da crítica e explicar o que quero dizer com benreais.
Eu diria que tanto por razões políticas quanto culturais eu desejo boa comida, uma comida melhor do que esta que posso obter do capitalismo - não poluída e agraciada com sabores fortes e naturais. Para complicar, imagine que a comida que eu desejo é ilegal - talvez leite não pasteurizado, ou a deliciosa fruta cubana mamey, que não pode ser importada pelos EUA porque suas sementes são alucinógenas (pelo menos foi isso que me disseram). Não sou um fazendeiro. Finja que eu seja um importador de perfumes raros e afrodisíacos, e suponha que a maior parte do meu estoque seja ilegal. Ou talvez eu apenas queira trocar serviços de processamento de dados por nabos orgânicos, mas recuse a declará-lo no imposto de renda (como a lei exige, acredite se puder). Ou talvez eu queira encontrar-me com outros seres humanos para atos de prazer de comum acordo, mas ilegais (isto já foi tentado, mas todas as BBS de sexo hardcore foram proibidas - e de que serve um mundo underground com uma torpe segurança?). Em suma, suponha que eu esteja cansado de mera informação, do fantasma dentro da máquina. De acordo com vocês, os computadores já deveriam ser capazes de possibilitar a realização dos meus desejos por comida, drogas, sexo, sonegação fiscal. Então, qual é o problema? Por que isso não está acontecendo? A TAZ aconteceu, está acontecendo e vai acontecer com ou sem o computador. Mas para que a TAZ realize plenamente o seu potencial, ela deve tornar-se menos um caso de combustão espontânea e mais uma situação de "ilhas na net". A net, ou melhor, a contra-net assume a promessa de ser um aspecto integral da TAZ, uma adição que irá multiplicar o seu potencial, um salto "quantum", um salto enorme em termos de complexidade e significância. A TAZ agora deve existir dentro de um mundo de espaço puro, o mundo dos sentidos. No limiar, mesmo num ponto de evanescência, a TAZ deve combinar informações e desejos para realizar sua aventura (seu "acontecimento"), para preencher-se até as bordas de seu destino, para intensificar-se com sua própria emergência.
Talvez a escola neo-paleolítica tenha razão quando diz que todas as formas de alienação e mediação devem ser destruídas ou abandonadas como condição para que nossas metas sejam alcançadas - ou talvez o anarquismo verdadeiro só possa ser realizado no espaço sideral, como dizem alguns libertários futurólogos. Mas a TAZ não se preocupa muito com o "foi" ou o "será". A TAZ está interessada em resultados, ataques com êxito à realidade consensual, conquistas de patamares de vida mais altos e intensos. Se o computador não pode ser utilizado para este projeto, então ele precisa ser dispensado. Minha intuição, no entanto, diz que a contra-net já está se formando, ou talvez já exista - embora eu não possa prová-lo. A teoria da TAZ está, em grande parte, baseada nesta intuição. É claro que a nossa web também encerra redes de troca não-computadorizadas, como a samizdat, o mercado negro etc. - mas o pleno potencial de redes de informação não hierárquicas aponta para o computador como seu instrumento excelência. Agora, espero pelos hackers que provem que estou certo, que minha intuição é válida.
Onde estão meus nabos? (...)
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